Novos dados de emprego do Caged desmentem que jovens abominam a CLT
Faixa de 16 a 24 anos respondeu por 70% do saldo de empregos formais em maio

Enquanto cresce o discurso de que os jovens preferem empreender ou trabalhar por conta, os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram outra realidade. Segundo dados de maio, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nesta segunda-feira (30), dos menores aprendizes aos jovens de 24 anos responderam por 70% do saldo positivo de empregos formais em Mato Grosso do Sul.
RESUMO
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Dados do Caged mostram que jovens de 16 a 24 anos foram responsáveis por 70% do saldo positivo de empregos formais em Mato Grosso do Sul em maio. Com 2.158 vagas preenchidas por essa faixa etária, os números contrariam a ideia de que a geração rejeita o modelo tradicional de trabalho. O saldo total no estado foi de 3.087 empregos, com destaque para os setores de serviços, construção civil e indústria. O ministro Luiz Marinho reforçou que os dados derrubam o discurso de que os jovens não querem trabalhar, destacando a necessidade de debater a faixa salarial base.
Responsável pelos registros mensais do movimento do mercado de trabalho formal no Brasil, os dados são organizados a partir de três informações principais: admissões, demissões e saldo. As admissões representam o número de pessoas contratadas com carteira assinada em determinado período, enquanto as demissões indicam o total de trabalhadores que tiveram o contrato encerrado. A diferença entre esses dois números é o saldo, que mostra se houve crescimento ou redução no número de vagas formais.
Aqui em Mato Grosso do Sul, o saldo total de maio foi de 3.087 empregos formais, resultado de 35.672 admissões e 32.585 desligamentos. O crescimento representa uma variação de 0,45% no estoque de empregos com carteira assinada no Estado. A média salarial das novas contratações no mês foi de R$ 2.080,82.
Desse total, 2.158 foram preenchidas por jovens de 16 a 24 anos. Quando se observa o total de admissões, 11.308 jovens foram contratados, o que representa 31% de todas as contratações em maio.
Ao apresentar esses números, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reforçou que o mercado segue absorvendo jovens com carteira assinada, contrariando a ideia de que essa geração rejeita o modelo tradicional de emprego, não querem "ser CLT".
“Isso não é novo, sempre teve esse debate, agora com as plataformas digitais o debate pode ter ficado mais forte, mas não reflete a realidade. Tem muitos ditos especialistas dizendo e reforçando isso, mas os dados do Caged não demonstram isso. Os números de maio mostram saldo positivo de 148 mil empregos no Brasil e a esmagadora maioria é de jovens. Isso derruba a certeza de que os jovens não querem trabalhar. Na verdade, carece de um debate profundo sobre a faixa salarial base”, afirmou Marinho.
Além dos jovens, o saldo positivo em Mato Grosso do Sul se distribuiu entre outras faixas etárias. Foram 405 vagas criadas para pessoas de 25 a 29 anos, outras 219 para trabalhadores entre 30 e 39 anos, 229 vagas para quem tem entre 40 e 49 anos e 180 vagas para pessoas de 50 a 64 anos.
Setores econômicos - Entre os setores que mais contribuíram para o saldo positivo no ano de 2025 no Estado, os destaques são os serviços, com saldo de 1.007 vagas; a construção civil, com saldo de 838 vagas; a indústria, com 723 vagas a mais; o comércio, que fechou o período com saldo positivo de 319 vagas; e a agropecuária, que encerrou com 200 vagas criadas.
Em número de admissões no ano, os serviços também lideraram, com 12.712 contratações, seguidos pelo comércio, com 8.366 admissões; indústria, com 6.205; agropecuária, com 5.246; e construção civil, com 3.143 contratações no total.
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