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Artes

Série no Pantanal propõe que stand up paddle começou com os Guató

Série documental filmada no Pantanal de Mato Grosso do Sul mostra indícios de que os índios Guató foram um dos precursores

Lucas Mamédio | 06/11/2020 06:25
Equipe da séria, incluindo Rico e Lena Ribeiro (Foto: Divulgação)
Equipe da séria, incluindo Rico e Lena Ribeiro (Foto: Divulgação)

Uma série documental filmada no Pantanal de Mato Grosso do Sul mostra indícios de que os índios Guató foram um dos precursores no stand up paddle, esporte que utiliza um remo e uma prancha para que o atleta reme em pé nela.

“Guató: uma remada no tempo” foi rodada durante 15 dias em maio de 2019 no Pantanal de Corumbá, mas também abrangeu parte de Mato Grosso. A série está indo ao ar no Canal Off, voltado para conteúdo de esportes radicais.

“A ideia surgiu quando um amigo voltou do Pantanal em 2014 com um remo que numa breve análise só podia ser utilizado em pé. A partir daí comecei uma longa pesquisa sobre aquele instrumento que me levou até o povo Guató, que rema em uma pequena canoa em pé, muito semelhante ao que faz os atletas de stand up paddle”, explica o documentarista e diretor da série, Rico Faissol.

Indío Guató usando um stand up paddle (Foto: Cesinha Feliciano)
Indío Guató usando um stand up paddle (Foto: Cesinha Feliciano)

Rico conta que descobriu que o povo está no Pantanal desde os anos 1600, que quase foi extinto nos anos 70 e que a canoa de um pau só tem mais de cinco mil anos e possibilitou a ocupação da área.

“Passei anos produzindo a série, mas nada me preparou para quando cheguei ao Pantanal para gravar. Fazia muito frio, eu não tinha ideia que a temperatura podia ser tão baixa, as distâncias eram imensas e o local parecia ainda intocado pelo homem”, relembra Rico, comentando que os dias passados na aldeia dos Guató permitiram que visse de perto a preocupação dos indígenas com o meio ambiente: “A riqueza da região é incalculável, e a maneira com que os índios se preocupam em não desperdiçar comida e os recursos naturais é inspiradora”.

Rico e Lena no Pantanal (Foto: Cesinha Feliciano)
Rico e Lena no Pantanal (Foto: Cesinha Feliciano)

Sendo exibida em um momento dramático na região, onde as queimadas, de acordo com dados do Inpe, aumentaram 210% entre janeiro e setembro de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, a série é – para Rico – uma chance de mostrar a importância dessa área.

“O Pantanal é a maior área alagável do mundo. É impossível prever os efeitos colaterais quando se mexe tanto com esse equilíbrio da natureza. Mas eu espero que a série dos Guató sensibilize as pessoas para a necessidade de se preservar e estudar esta área única. Além disso, quem acompanhar os episódios vai se surpreender, assim como eu, e descobrir que são muitos os pantanais”.

Índio Guató caçando (Foto: Cesinha Feliciano)
Índio Guató caçando (Foto: Cesinha Feliciano)

Série conta com a presença de nome conhecidos do stand up paddle, como a atleta multicampeã, Lena Ribeiro. Depois de passar todos os episódios, oito no total, a série deve virar um filme. “Temos uma material muito rico que deve ser aproveitado não só agora na série, mas também em outros produtos”.

Com exibição dos inéditos nas sextas, às 21h30, "Guató: Uma Remada no Tempo" terá reprises aos sábados, às 18h; nas terças, às 14h30; nas quartas, às 22h30; e nas quintas, às 15h30.

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