Bailarina de MS representa o Brasil em bienal de dança na França
Neta de militante da dança, sul-mato-grossense foi uma das nove brasileiras selecionadas para projeto
De Campo Grande para o mundo, a bailarina Maria Fernanda Figueiró está vivendo um momento histórico para Mato Grosso do Sul e também na própria carreira artística. Aos 25 anos, ela foi uma das nove jovens brasileiras escolhidas para integrar comitiva que participa da 21ª Bienal de Dança de Lyon, na França, evento que reúne alguns dos maiores nomes da dança contemporânea mundial e acontece de 6 a 28 de setembro.
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A iniciativa inédita é realizada pela Funarte (Fundação Nacional de Artes) dentro do Programa Brasil Conexões Internacionais 2025, que integra o Ano Cultural Brasil-França. “A Bienal vai acontecer em diferentes lugares da cidade, então a ideia é ficar mergulhada nesses próximos dias de dança, recebendo informação, observando outras formas de fazer arte e trocando com artistas do mundo todo”, explica Maria Fernanda.
Apesar de estar em um dos palcos mais respeitados do mundo, a artista não perde de vista a realidade do lugar de onde veio. “O ofício do bailarino em Mato Grosso do Sul é pouco valorizado. Parece que não se reconhece o quanto a dança contribui para a comunidade, seja culturalmente ou até mesmo economicamente, dentro da cadeia produtiva da cultura”, avalia.
Essa consciência acompanha Maria Fernanda desde cedo. Neta de Sara Bussani Figueiró, militante da dança nos anos 1980, ela hoje se dedica a digitalizar acervos da cena local. “Sem olhar para a nossa história, não construímos nada. Eu acredito que reconhecer quem veio antes é fundamental para que a gente consiga se entender no presente”, comenta.
Na programação de Lyon, Maria Fernanda também apresentará um trecho de seu novo espetáculo, “Quem a mim nomeou o mundo”, codirigido com a coreógrafa paulista Vanessa Macedo. “É um projeto feito inteiramente por mulheres, desde a técnica até a cena. A obra reflete sobre as maneiras como concebemos o gênero na contemporaneidade”, resume.
A estreia oficial acontece no 17 de outubro, no SESI Cultura, em Campo Grande, em duas sessões gratuitas.
A história da artista com a dança começou aos quatro anos e a trajetória tem o peso da herança familiar. “Minha avó foi uma militante da dança em Mato Grosso do Sul. Ela lutava para que os artistas tivessem condições dignas de trabalho. Então, a arte sempre foi um tema muito presente na minha vida”, conta.

Para Maria Fernanda, representar Mato Grosso do Sul em Lyon é um gesto de afirmação. “Estou muito feliz de levar o nome do meu Estado para a Bienal. Acredito na potência dos nossos artistas locais e na capacidade que temos de furar bolhas, de mostrar que fazemos parte dessa cena maior da dança”, afirma.
Além de conquistar espaço no exterior, ela quer trazer o aprendizado de volta para casa. “Minha expectativa é ficar imersa em dança e pensar como tudo isso pode retornar para Mato Grosso do Sul de alguma forma”, finaliza.
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