Há 18 anos Josiel largou fazenda para fazer cadeiras de R$ 23 mil
Quando a coluna pediu arrego, artesão encontrou nasmóveis de varanda uma nova vida
A vida na fazenda sempre agradou Josiel Batista, de 47 anos, mas, com o passar dos anos, mexer com curral e com os bichos se tornou pesado, principalmente para a coluna, que pediu arrego há 18 anos. A limitação fez ele investir em outro ramo que já conhecia de longe: a confecção de móveis. Ele descobriu nas cadeiras de varanda um novo estilo de vida lucrativo. Hoje ele faz peças que vendidas a até R$ 23 mil.
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O material utilizado é a fibra sintética e a corda náutica. Mas nem sempre foi assim, tudo começou com o bambu. O estilo vai desde o padrão até os mais elaborados. Ali é o cliente que manda. Josiel puxa uma cadeira e senta para conversar sobre como as coisas aconteceram para ele.
“Como o serviço de fazenda é mais pesado, comprei um caminhão e comecei a vender cadeira, mesa, na época as peças eram feitas com bambu. Aprendi tudo sozinho, nunca tinha visto como fabricava, trançava, mas comecei. Foi quando produzi muita cadeira lá no Mato Grosso. Antes de estar aqui, eu estava lá, em uma cidade próxima de Cuiabá, mas sou sou natural de Eldorado”.
Depois de 2 anos nesse ritmo, Josiel cansou. Na época, ele estava sozinho na produção e não tinha caixa suficiente para fazer o negócio rodar sem sofrimento. “Sobrecarrega demais, era um sufoco e virou uma loucura minha vida, fiquei doente e vendi. Aí voltei para o caminhão. Ou seja, parei de fazer para vender as peças de novo”.
Mais tarde, ainda vendendo os móveis, ele sentiu que era a hora de voltar para a confecção. A oportunidade veio em um sítio de um parente. Foi lá que ele montou um barracão para poder fazer as cadeiras.
“Fiquei 5 anos lá. Eu fabricava, colocava no caminhão e vendia. Mas começou a ficar fraco porque perdia muito tempo fazendo. Voltei para Campo Grande já na pandemia". Ele relembra que a coisa começou a melhorar quando a fibra sintética ganhou popularidade.
"Eu só resolvi investir nisso. Como já trabalhava com isso há anos atrás, com cadeira mais simples, eu comprei máquina de solda e fiz umas melhores. Elas eram as de varanda normal, joguinho de sofá mais simples”.

Ao todo, são 18 anos na área e 13 fazendo as peças. Ao longo do tempo, o empresário aprimorou a técnica, contratou pessoas, mas segue fazendo as cadeiras. “Eu sempre fui bem desenrolado, nunca achei muito difícil produzir. Depois de dois anos que já estava fazendo, vi uma das primeiras cadeiras que fiz e senti vergonha, porque melhorou muito. O móvel antes não tinha qualidade”.
Hoje, a régua da produção é outra. Cadeiras que começam em R$ 300, sofás que chegam a R$ 5.500 e um jogo personalizado de R$ 23 mil. Esse, porém, não fica exposto, é apenas personalizado. Os pedidos são feitos sob encomenda.
“Os que saem mais são os sofás de fibra. As cadeiras trançadas com corda náutica também. As clássicas de área e varanda também. Caro mesmo é um jogo de R$ 23 mil, e vende até que bem. Se for em loja de corda náutica, vai achar o mesmo e quem vende a R$ 60 mil, porque tem nome de design famoso”.
A família já carregava esse DNA na venda de cadeiras. Segundo ele, os tios vendiam móveis na rua e esse foi um dos motivos dele ter apostado no ramo. “Dá pra viver bem, eu gosto”. O atacado é o que mais rende. E, se o cliente quiser, basta mandar uma foto que ele faz.
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