Raquel realizou sonho de menina e fez o próprio mundo cor-de-rosa
Móveis, carro e até as roupas da aquidauanense seguem a paleta da cor preferida
Durante a infância simples e cheia de limitações, Raquel - Ly Regis Barreto, de 45 anos, sonhava em ter uma boneca, vestido ou qualquer coisa cor-de-rosa. Caçula de cinco irmãos, ela cresceu vestindo roupas herdadas deles, calças largas, camisetas masculinas e nada do universo rosa que via nas outras meninas.
RESUMO
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Raquel Ly Regis Barreto, de 45 anos, transformou sua casa em Aquidauana em um verdadeiro mundo cor-de-rosa, realizando um sonho de infância. Filha de missionários da Igreja Batista, ela cresceu em uma família humilde, usando roupas herdadas dos irmãos e sem acesso a brinquedos ou objetos rosa. Com o apoio do marido Nelson, com quem é casada há 23 anos, Raquel conseguiu criar seu universo particular. Sua residência possui móveis, eletrodomésticos e até um carro na cor rosa. Conhecida na cidade como "Penélope" ou "a moça do carro rosa", ela recentemente celebrou seu primeiro aniversário aos 45 anos, com uma festa temática da personagem Moranguinho.
“Eu nunca tive nada rosa. Boneca, eu não tive. Aniversário, eu não tive. As roupas iam passando de um pro outro e, como eu era a mais nova, ficava com o que sobrava dos meninos”, lembra. Filha de missionários da Igreja Batista, Raquel cresceu em uma família humilde de Aquidauana e aprendeu desde cedo a valorizar o pouco que tinha.
Mesmo sem viver a infância que sonhava, ela garante que nunca se revoltou. “Nada disso me deixou triste ou revoltada. Eu sempre fui feliz, tive uma infância alegre. Só pensava que um dia eu ia conquistar minhas coisas rosas”, conta.
O tempo passou, Raquel cresceu e se casou com Nelson, companheiro há 23 anos. Com ele, formou uma família e, aos poucos, começou a realizar o sonho de menina. Hoje, praticamente tudo à sua volta é cor-de-rosa: a casa, os móveis, utensílios domésticos, fogão, o sofá, a cama, churrasqueira, cortinas e até o carro.
“Meu marido falou que ia realizar meu sonho de ter uma casa rosa. Fomos montando aos poucos, trabalhando, e hoje a casa é quase toda cor-de-rosa. Só o quarto dos meus filhos que não”, detalha.
O carro também entrou na história. Raquel queria um Fusca rosa, “daqueles bem chamativos, com olhinhos na frente”. Mas o marido a convenceu de que seria mais prático envelopar o carro da família, uma CRV.
“Ele mandou envelopar tudo. O dia que fomos buscar o carro em Campo Grande, ele me entregou a chave e disse que estava me dando o carro porque dividi a bicicleta com ele no início do nosso relacionamento. Eu chorei”, revela.
A servidora pública vive o que chama de seu “mundo cor-de-rosa”. No trabalho, a mesa, o teclado e até o mouse seguem o mesmo tom. “Só a cadeira que o chefe ainda não deixou trocar, mas vou convencer”, brinca.
A alegria de Raquel virou sua marca. Em Aquidauana, é reconhecida nas ruas. “Todo mundo me chama de Penélope, de rosinha. Se perguntam quem é, já falam que é a moça do carro rosa’”, relata.
Mesmo depois de 45 anos para realizar o sonho, Raquel enxerga tudo com leveza. “O rosa transmite paz. As pessoas olham para meu carro e sorriem, e esse é o legado que quero deixar. Por mais difícil que a vida seja, sempre tem um lado bom. Eu escolho olhar pra ele", resume
Recentemente, ela celebrou o aniversário de 45 anos com uma festa da personagem Moranguinho, outro sonho de infância adiado por décadas. “Foi a primeira festa da minha vida, toda rosa, do jeitinho que eu queria quando era criança. Esperei 45 anos, mas valeu cada segundo”, finaliza.
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