Organização Mundial de Saúde Animal restringe surto de influenza aviária ao RS
Dessa forma, o alerta deixa de ser nacional e se torna regional, com ponto isolado no Rio Grande do Sul
A OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) alterou oficialmente sua avaliação sobre o surto de influenza aviária no Brasil e passou a reconhecer que o caso está restrito à região do município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A mudança retira o status de “evento nacional” e passa a classificá-lo como um episódio “regionalizado”, concentrado em uma única zona de risco.
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Essa nova postura internacional vem após análise das ações adotadas pelo governo brasileiro para conter o surto e reforça que a gripe aviária está circunscrita a um perímetro específico, dentro de um raio de 10 km da granja afetada. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, as medidas de contenção foram executadas com rigor, incluindo o abate de aves infectadas, destruição de ovos férteis e desinfecção da área, com supervisão direta do serviço veterinário oficial.
Em Mato Grosso do Sul, os casos suspeitos que estavam sendo monitorados foram descartados, o que reforça que o Estado permanece fora da zona de risco e com status sanitário preservado.
Apesar da mudança técnica da OMSA, 46 países, incluindo os 27 membros da União Europeia, China e México, ainda mantêm embargos totais à carne de frango brasileira.
Esses mercados representaram, em abril, 45% do total exportado pelo país. Por outro lado, algumas nações como Emirados Árabes, Japão e Rússia já reduziram as restrições, adotando bloqueios apenas à região de Montenegro ou ao estado gaúcho como um todo.
A reclassificação internacional deve contribuir para acelerar a retomada das exportações, ainda que não tenha caráter obrigatório. Ela serve como orientação para que países importadores possam reavaliar embargos com base em critérios científicos e não políticos. No centro do surto, as autoridades brasileiras eliminaram até agora 8.747 aves e destruíram cerca de 20 milhões de ovos férteis como medida preventiva.
Segundo relatório da OMSA, o sequenciamento genético identificou que as amostras do vírus em Montenegro são semelhantes (com até 99,79% de similaridade) às cepas encontradas anteriormente em aves silvestres na América do Sul, e não apresentaram mutações relevantes de resistência antiviral.