Para equilibrar contas, prefeita anuncia corte de 20% no próprio salário
Secretariado também terá redução salarial, e os demais servidores passarão a cumprir jornada de 6 horas
A Prefeitura de Campo Grande anunciou nesta sexta-feira (31) duas novas medidas de “cortes de gastos”. Em reunião com o secretariado, a prefeita Adriane Lopes (PP) anunciou redução de 20% nos próprios vencimentos e nos salários do primeiro escalão. Além disso, a partir de 1º de novembro, a Prefeitura passa a adotar jornada de trabalho de 6 horas diárias em todas as repartições municipais, exceto escolas, unidades de saúde e demais setores essenciais, pelo período de 120 dias.
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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou redução de 20% em seu salário e nos vencimentos do primeiro escalão da administração municipal. A medida, divulgada nesta sexta-feira (31), inclui também a adoção de jornada de trabalho de 6 horas diárias em todas as repartições municipais por 120 dias, exceto em setores essenciais. A decisão faz parte de um conjunto de medidas de contenção de gastos, após o município ultrapassar o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. As despesas com folha de pagamento atingiram 57,73% da Receita Corrente Líquida, superando em R$ 185 milhões o teto legal de 54%.
De acordo com nota da assessoria de comunicação da Prefeitura, a medida integra a reforma administrativa em curso desde janeiro deste ano, “voltada ao reequilíbrio financeiro e à recuperação da capacidade de investimento do município”.
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Segundo o Portal da Transparência, o salário bruto da prefeita atualmente é de R$ 26.943,05, enquanto os secretários recebem R$ 19.028,90. O aumento escalonado dessas remunerações havia sido aprovado pela Câmara Municipal em abril, para atender servidores que atingiram o teto salarial, como auditores, procuradores, alguns profissionais da saúde e diretores de escola.
Além da redução de jornada e salários do alto escalão, cada secretaria deverá apresentar, nos próximos dias, um plano de contenção de 20% nos gastos com folha de pagamento, “levando em consideração as necessidades específicas de cada pasta”.
Em nota, a Prefeitura informou que “a chefe do Executivo ressalta que as medidas austeras são fundamentais para a maior eficiência da máquina pública em benefício de toda a população, bem como por força de limites legais, para preservar empregos, manter salários em dia, assegurar a prestação dos serviços públicos e viabilizar investimentos nas áreas prioritárias”.
Cortes em andamento – Essa medida se soma a outras ações de contenção adotadas ao longo do ano. Em março, a prefeita publicou decreto com medidas para equilíbrio fiscal, que incluíram a suspensão de novas contratações, pagamento de gratificações e diárias, além da proibição de ampliação da carga horária de professores, exceto em casos de afastamento.
O decreto também previa revisão de contratos com empresas, redução do consumo de água, energia e combustíveis, bem como diminuição do número de impressões, com meta de corte de pelo menos 25% desses gastos. O decreto de contenção de despesas foi prorrogado duas vezes neste ano: em junho, com validade de 90 dias, e em setembro, que estendeu as medidas até 31 de dezembro de 2025.
A previsão é de que em 2026 também sejam feitos cortes. Conforme noticiado, a Prefeitura já trabalha na elaboração de um novo plano de contenção de gastos, que será incorporado diretamente ao orçamento do próximo exercício.
A titular da Sefaz (Secretaria Municipal da Fazenda), Márcia Hokama, já havia dito à reportagem que o orçamento previsto para 2026 tem aumento de apenas 1,49%, o que exige medidas mais rígidas para conter o avanço da máquina pública e preservar recursos para investimentos prioritários.
“Não está prevista a prorrogação [do atual decreto]. Na verdade, já está posto o plano de equilíbrio fiscal, que vai ser contingenciado ali no próprio orçamento”, afirmou a secretária no começo deste mês.
O município ultrapassou o limite de gastos com pessoal previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que é de 54% da Receita Corrente Líquida. De acordo com o último relatório bimestral, as despesas com folha de pagamento alcançaram 57,73%, totalizando R$ 3,022 bilhões nos últimos 12 meses, R$ 185 milhões acima do teto legal.
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