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Política

Vereadores barram homenagem e pedem fim de disputas ideológicas na Câmara

Parlamentares votaram contra moção a Eduardo Bolsonaro e defenderam foco em pautas locais

Por Kamila Alcântara | 12/08/2025 13:10

Na manhã desta terça-feira (12), a Câmara Municipal de Campo Grande rejeitou, por 11 votos contrários e 10 favoráveis, um pedido de moção de congratulação ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A proposta, feita pelo vereador Rafael Tavares (PL), gerou debate sobre a relevância do tema para a população da Capital e expôs divergências políticas no plenário.

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A Câmara Municipal de Campo Grande rejeitou, por 11 votos a 10, uma moção de congratulação ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A proposta, apresentada pelo vereador Rafael Tavares, gerou intenso debate sobre a relevância do tema para a população local. Durante a sessão, vereadores criticaram o foco em pautas nacionais, defendendo maior atenção às demandas municipais, como infraestrutura, saúde e educação. A discussão também expôs divergências políticas, com parlamentares questionando a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e seu possível impacto nas relações comerciais entre os países.

Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde afirma estar expondo ao governo norte-americano problemas do Brasil. O parlamentar é apontado por críticos como um dos responsáveis pelas recentes tarifas impostas pelos EUA à carne brasileira, o que motivou parte da resistência à moção.

O vereador Lívio Leite (União) foi ao mais enérgico nas críticas, dizendo que “temos hoje é uma ausência de uma direita democrática, que respeita o resultado das urnas e liberdades individuais. Hoje temos um culto a uma personalidade que está em via de ser preso que é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Não dá para concordar com uma moção de congratulação para um covarde, um criminoso e pseudo patriota que tá recebendo dinheiro público".

Ele também usou palavras de baixo calão, sendo repreendido pelo presidente da Casa para retirar os termos usados da ata. A bancada do PT, formada por Landmark Rios, Luiza Ribeiro e Jena Ferreira, pediu voto nominal sob o argumento de que “a votação é sobre ser contra ou não o Brasil”.

Para Wilson Lands (Avante), a discussão nacional tira o foco das necessidades da Capital. “O que eu gostaria de ver da esquerda e direita dessa Casa é trabalho pela população de Campo Grande. Enquanto discutem moções, os moradores do Santa Emília continuam sem asfalto. Vamos unir essa energia para buscar recursos, buscar resultados concretos. Estamos aqui para defender os campo-grandenses. Temos uma cidade de um milhão de pessoas para cuidar”.

Vereadores barram homenagem e pedem fim de disputas ideológicas na Câmara
Painel de votação da moção de congratulação, na Câmra Municipal, ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) (Foto: Marcos Rocha)

O vereador Victor Rocha (PSDB) afirmou que “fomos eleitos para fiscalizar o executivo municipal. Pauta nacional é pouco produtiva em Campo Grande quando tem gente com problema no atendimento médico, falta de remédio, vaga em Ceinf... Uma discussão dessa, se todo dia ficar votando moção de congratulação de direita e esquerda é muito pouco para o que a população espera de nós”.

Beto Avelar (PP) também criticou. “Eu não vou mais votar essas pautas de direita e esquerda, vou sair da sessão, mas sinto muito. Perdemos uma hora nisso aqui. Essa polarização está incomodando muito essa Casa e a população. Por isso voto não”.

Autor da proposta, Rafael Tavares (PL) defendeu Eduardo Bolsonaro, afirmando que “Eduardo Bolsonaro hoje está nos Estados Unidos denunciando o regime que vivemos. Temos o maior líder da oposição preso sem condenação porque compartilharam vídeos dele em uma manifestação. Quando ele estava lá o Alexandre de Moraes ameaçou prender o passaporte apreendido e quem sabe já estaria preso. Ele largou o mandato, se mudou de país para defender o Brasil. Não venha dizer que os ataques do Trump é culpa do Eduardo Bolsonaro”.

Com a rejeição, a moção não será encaminhada ao deputado.

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