Alzheimer não é parte natural do envelhecimento, alerta neurologista
Neurologista Pedro Levi aponta maneiras de identificar e lidar com a doença
Apesar de muitas pessoas associarem esquecimentos à idade, a doença de Alzheimer não é parte natural de um envelhecimento saudável. Para esclarecer dúvidas e orientar pacientes e familiares, o Campo Grande News conversou com o neurologista Pedro Levi, coordenador do Ambulatório de Cognição e Demência do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, entrevistado do podcast Saúde e Bem-Estar.
RESUMO
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O neurologista Pedro Levi, coordenador do Ambulatório de Cognição e Demência do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, alerta que a doença de Alzheimer não é parte natural do envelhecimento saudável. Segundo ele, pequenos esquecimentos são normais, mas perdas de memória que afetam atividades cotidianas devem ser investigadas. O especialista destaca a importância do diagnóstico precoce e explica que fatores como hipertensão, diabetes e sedentarismo aumentam o risco da doença. Como prevenção, recomenda atividade física regular, alimentação balanceada e estímulo cognitivo. Embora não haja cura, tratamentos disponíveis podem retardar o avanço da doença.
“O envelhecimento saudável inclui pequenas falhas de memória, como esquecer onde deixou a chave ou o nome de alguém que não vê há muito tempo. Já o Alzheimer é um processo patológico que prejudica a autonomia e a rotina do paciente”, explica Dr. Pedro.
Segundo ele, sinais de alerta incluem dificuldade para organizar tarefas simples, repetir perguntas constantemente, se perder em lugares conhecidos e mudanças de comportamento, como irritabilidade ou apatia.
A importância do diagnóstico precoce - O Alzheimer pode surgir antes dos 65 anos, chamado de início precoce, embora esses casos sejam raros. “Qualquer perda de memória que comece a atrapalhar atividades cotidianas deve ser investigada. Quanto antes houver diagnóstico, mais eficaz será o acompanhamento e o tratamento”, afirma o neurologista.
O diagnóstico envolve uma avaliação completa: exames clínicos, testes de memória e raciocínio, além de exames de imagem e laboratoriais para descartar outras causas de perda cognitiva. “O diagnóstico precoce também é fundamental para orientar a família e planejar adaptações na rotina do paciente, garantindo segurança e qualidade de vida”, complementa Dr. Pedro.
Fatores de risco e prevenção - Diversos fatores aumentam a probabilidade de desenvolvimento da doença, como hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo, problemas visuais e auditivos, depressão e até exposição a poluição do ar.
Por outro lado, hábitos saudáveis podem reduzir significativamente o risco de Alzheimer. Atividade física regular, alimentação balanceada, sono adequado, estímulo cognitivo (como leitura, jogos de lógica e aprendizado de novas habilidades) e manutenção de uma rede social ativa são medidas comprovadas por estudos.
“O cérebro é como um músculo: quanto mais você exercita, mais resistente ele se torna ao envelhecimento patológico”, diz Dr. Pedro.
Tratamento e suporte familiar - Embora ainda não haja cura, tratamentos disponíveis podem retardar o avanço da doença e melhorar sintomas como perda de memória, alterações de humor e comportamento. Medicamentos, aliados a terapias ocupacionais, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia, ajudam a manter autonomia por mais tempo.
Dr. Pedro enfatiza que o Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas toda a família. “O cuidador precisa de orientação e apoio, pois o estresse e a sobrecarga podem impactar a saúde física e emocional. Uma rede familiar presente é essencial para o bem-estar de todos”, afirma.
Apoio especializado em Campo Grande - No Hospital Universitário, o Ambulatório de Cognição e Demência atende pacientes encaminhados pelo sistema público de saúde. O serviço oferece acompanhamento clínico, orientação familiar, suporte multiprofissional e grupos de apoio para cuidadores, promovendo informação e acolhimento.
“Não espere sinais graves. Cuidar do corpo e da mente desde cedo transforma a forma como envelhecemos. Pequenas atitudes diárias, como caminhar, socializar e desafiar o cérebro, podem fazer uma grande diferença no futuro”, finaliza Dr. Pedro Levi.
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