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Cidades

Entidades rurais lançam campanha e rebatem acusação sobre culpa por queimadas

"Fogo Zero" foi lançada para prevenir incêndios em todas as regiões do Estado

Por Cassia Modena e Murilo Medeiros | 06/05/2025 11:41
Entidades rurais lançam campanha e rebatem acusação sobre culpa por queimadas
Lançamento da campanha do auditório da Famasul (Foto: Murilo Medeiros)

Nesta manhã (6), entidades que representam fazendeiros e segmentos rurais de Mato Grosso do Sul se reuniram na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária no Estado) para lançarem a campanha "Fogo Zero", enquanto também apresentaram dados sobre as queimadas no campo e se defenderam de acusações sobre a autoria delas.

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Entidades rurais de Mato Grosso do Sul lançaram a campanha "Fogo Zero" e defenderam-se das acusações sobre autoria de incêndios no estado. Durante evento na Famasul, representantes do setor apresentaram dados que mostram aumento nas áreas queimadas, de 1,3 milhão de hectares em 2023 para 2 milhões em 2024. A iniciativa, que inclui ações educativas e treinamentos, conta com apoio do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Meio Ambiente. Autoridades destacaram que muitos incêndios têm origem acidental ou natural, como faíscas de redes elétricas e equipamentos, além de focos iniciados às margens de rios e estradas.

"O prejuízo ambiental é para todos, mas o prejuízo financeiro é nosso. Cercas, galpões, pontes, tudo isso sai do nosso bolso. O prejuízo é nosso, nós não temos interesse de colocar fogo na nossa casa", defendeu o diretor tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, durante o lançamento.

Stella acrescentou que a federação tem dados comprovando que a maioria dos focos de incêndios foram iniciados na beira de rios e de estradas. "Vocês continuarão tendo a nós como os primeiros aliados no combate e prevenção a incêndios. Na verdade, o produtor rural é o primeiro a chamar os bombeiros", completou.

Segundo os números apresentados no evento, 2.057.400 hectares foram incendiados em 2024 e 1.328.000 hectares queimaram em 2023, em todo o Estado. A quantidade de focos de calor, que não necessariamente representa fogo, também cresceu na comparação dos dois anos: eles saíram de 4.592 para 11.993. A principal fonte é o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial).

Campanha - Presidente da Reflore MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas) Julio Ramires explicou que a "Fogo Zero" é uma campanha educativa que ocorre todo ano e dura o ano todo.

"O que eu mais gosto de dizer é que a prevenção é o melhor combate. Queremos conscientizar a todos, principalmente o produtor rural, que se preparem para o momento de seca. Que não deixemos os focos de incêndio acontecerem, que sejam apenas focos de calor", disse.

Entre as ações educativas estão panfletagem, palestra nas escolas, treinamento a produtores rurais e brigadistas, além de adesivagem de carros.

Bombeiros - Subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Adriano Rampazo participou do evento contando sobre as expectativas para 2025.

Entidades rurais lançam campanha e rebatem acusação sobre culpa por queimadas
Subcomandante do Corpo de Bombeiros fala sobre as expectativas para este ano (Foto: Murilo Medeiros)

"Estamos iniciando o sétimo ano seguido em que os incêndios florestais são uma pauta importante para o Corpo de Bombeiros. Por mais que tenha chovido recentemente, a tendência é não termos mais chuvas daqui para frente. Estamos nos preparando, temos mais EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os nossos militares, curso para os nosso militares. É um trabalho muito difícil e o Pantanal é o bioma mais complicado para nós", resumiu.

Adriano ressaltou que contar com a ajuda dos produtores rurais é importante. "São essas parcerias que vão nos fazer vencer esses desafios. Por mais que a gente faça esse trabalho de conscientização, muitas vezes as pessoas não se conscientizam", finalizou.

Desgaste na imagem de MS - O secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Rogério Beretta, também participou do evento representando o governo estadual. Ele destacou que os maiores esforços devem ser para evitar fogo em áreas industriais e o Pantanal, por ser região de difícil acesso.

Ele defendeu a campanha e parcerias para fortalecer o trabalho, evitando mancha na imagem de Mato Grosso do Sul.

"É importante ter uma campanha integrada como essa para que a gente possa fazer um trabalho realmente eficiente. Além do prejuízo econômicos de um incêndio, ainda temos o grande desgaste para a imagem do Estado, a repercussão é muito ruim", disse.

Beretta citou que há casos de incêndios não iniciados pela ação humana direta. "Às vezes, o incêndio acontece com um caco de vidro. Às vezes, o incêndio acontece com a faísca da rede elétrica, que por curto-circuito cai ali e inicia o fogo. Então assim, é realmente um trabalho muito difícil. É possível que comece um incêndio com a fagulha que sai da faísca do escapamento de um trator. São ações que acontecem além da vontade humana, mas acontece, então a gente tem que estar preparado a isso", finalizou.

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