Ação para remover fios ilegais começa no Centro e será ampliada aos bairros
Primeira operação ocorre às 22h desta quarta, em um dos quadriláteros mais movimentados da região central

Campo Grande inicia, na quarta-feira (22), o projeto piloto que promete finalmente enfrentar o caos dos fios soltos, clandestinos e abandonados espalhados pela cidade. O Projeto Rede Limpa, lançado em mobilização inédita entre Agems (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos), Prefeitura e Energisa, começa no Centro, mas já tem previsão de ser estendido para os bairros, segundo a própria gestão municipal.
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Campo Grande inicia projeto para combater o problema de fios irregulares nos postes da cidade. A operação "Rede Limpa", uma parceria entre Agems, Prefeitura e Energisa, começa pelo Centro e será expandida para os bairros. A primeira ação acontece nesta quarta-feira, das 22h às 5h, em importante quadrilátero da região central. O projeto visa remover cabos partidos, soltos, sem identificação ou clandestinos, mantendo apenas as fibras ópticas regulares. Das 144 operadoras autorizadas a utilizar os postes, várias empresas irregulares instalaram cabos sem controle técnico, causando riscos de acidentes e poluição visual. Após a operação, haverá monitoramento policial para evitar religações clandestinas.
A primeira grande operação será executada a partir das 22h, em um dos quadriláteros mais movimentados e ainda sem cabeamento subterrâneo. Ele é formado pela Avenida Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras, incluindo vias internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.
A força-tarefa trabalhará durante a madrugada até 5h da manhã para reduzir impacto no trânsito e no fluxo de pedestres. O trabalho não tem data para terminar.
O secretário da Semades (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável), Ademar Silva, afirma que a revitalização do Centro é o primeiro passo de um projeto maior. “Vamos embelezar esse centro para a população vir entender que Campo Grande tem um centro bacana e, aos pouquinhos, a gente vai melhorando”, disse à reportagem.
O secretário da Sear (Secretaria Especial de Articulação Regional), Darci Caldo, complementa que a escolha inicial pelo quadrilátero central atende a um pedido direto do comércio. "Porque é uma demanda do comércio e um pedido da população”, afirmou.
Problema sistêmico - Responsável pelos postes, a Energisa fará a retirada dos cabos irregulares. Segundo João Ricardo Nascimento, coordenador de construção e manutenção da empresa, a ação é focada na remoção de ativos instalados fora dos padrões normativos. "Todas as empresas com contrato ativo foram notificadas previamente. Fizemos alerta para que fizessem as adequações necessárias”, explicou.
Ele reforça que os fios soltos representam risco. "É um problema sistêmico. Em nenhum momento a população deve entrar em contato com esses cabos, porque eles podem, em alguma situação, estar energizados e causar um acidente. Por isso, é preciso acionar a Energisa para que a gente encaminhe uma equipe para fazer a avaliação.”
Na mesma linha, o engenheiro Paulo Patrício, coordenador da Câmara Técnica de Energia da Agems, lembra que a situação é nacional e que normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizam a retirada de cabos quando há irregularidades. “Nós temos problemas de segurança nesse compartilhamento. As empresas de telecomunicações devem se atentar à normativa que determina que a distribuidora pode retirar alguns cabos quando for identificada irregularidade”, disse.
Operação - Segundo a Energisa, cabos partidos, soltos, sem identificação ou clandestinos serão removidos. As fibras ópticas regulares permanecerão.

Hoje, 144 operadoras de telecomunicação são autorizadas a utilizar os postes da Energisa. Mas, ao longo dos anos, inúmeras empresas irregulares instalaram cabos sem qualquer controle técnico, provocando excesso de carga, risco de acidentes e poluição visual.
“Abaixo dos cabos de energia são instalados os fios de comunicação, mas isso só pode ocorrer seguindo normas claras da Aneel e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Empresas irregulares influenciam diretamente na segurança elétrica e na estabilidade do fornecimento”, disse Matias Gonsales, diretor de Gás e Energia da Agems.
Após a operação, forças policiais farão rondas para evitar religação clandestina.
A situação dos cabos motivou inclusive uma representação formal no Ministério Público Federal, pedindo que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) obrigue operadoras a retirar de imediato fios em desuso. A pressão de comerciantes e moradores também impulsionou o avanço da Rede Limpa - que, após o teste no Centro, deve finalmente chegar aos bairros da Capital.
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