Cuidadores reclamam de salário abaixo do mínimo e falta de diálogo
Sindicato afirma que tenta uma reunião com a Secretaria de Assistência Social, mas sem sucesso
Cuidadores sociais de Campo Grande estão cobrando melhorias nas condições de trabalho e a equiparação salarial com o salário mínimo nacional. A categoria afirma receber um salário-base inferior ao piso e reclama da forma como a prefeitura complementa o valor, prática que, segundo eles, não resulta em aumento real.
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Cuidadores sociais de Campo Grande denunciam o pagamento de salário-base inferior ao mínimo nacional, atualmente em R$ 1.422. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Jordão Santana, a prefeitura utiliza um complemento de R$ 118 que é posteriormente descontado, gerando insatisfação entre os profissionais. A categoria também reivindica melhores condições de trabalho, pagamento de insalubridade, fornecimento adequado de EPIs e auxílio-alimentação. O sindicato, que representa 118 dos mil cuidadores municipais, relata tentativas frustradas de diálogo com a Secretaria de Assistência Social desde novembro.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Cuidadores Sociais de Campo Grande, Jordão Santana, o salário-base pago hoje é de R$ 1.422, valor inferior ao salário mínimo brasileiro. Conforme Santana, para alcançar R$ 1.518, é incluído um complemento de R$ 118, mas o mesmo valor é descontado em seguida. “Eles pagam abaixo do salário mínimo e jogam um complemento salarial para chegar a R$ 1.518. Para alcançar a base do mínimo, eles jogam o complemento do salário como crédito e o tiram como débito”, afirma.
Além do pagamento abaixo do mínimo, os trabalhadores denunciam descontos realizados sem aviso prévio, incluindo a cobrança duplicada do plano de saúde, que estaria sendo descontado duas vezes no mesmo contracheque. A pauta encaminhada pelo sindicato à SAS (Secretaria de Assistência Social) também inclui reivindicações por equiparação salarial, pagamento de insalubridade e periculosidade, melhores condições de trabalho, fornecimento adequado de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), ausência de intervalo de almoço, pagamento irregular de horas extras e concessão de auxílio-alimentação.

Jordão relata que, desde 7 de novembro, tenta uma reunião com a secretária municipal de Assistência Social para discutir as reclamações. Ele enviou e-mail, esteve pessoalmente na Secretaria e tentou marcar audiência com a equipe administrativa, mas, segundo ele, não obteve retorno. “Nem reunião quiseram marcar”, diz.
O sindicato representa atualmente 118 cuidadores, mas, segundo Jordão, a prefeitura possui cerca de mil profissionais nessa função. Os trabalhadores são contratados pela Secretaria de Assistência Social e atuam no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População em Situação de Rua), nas casas de acolhimento e no atendimento à população vulnerável. A jornada é de 40 horas semanais e, conforme o sindicato, não há pagamento de horas extras.
Nesta segunda-feira (24), a Prefeitura de Campo Grande abriu um processo seletivo simplificado para formação de cadastro de reserva para o cargo de cuidador social, destinado à recomposição gradativa do quadro temporário em setores específicos do município. O profissional vai atuar diretamente no atendimento de idosos, crianças e pessoas com deficiência nas unidades de acolhimento.
Jordão afirma que a categoria enxerga positivamente a abertura das 96 vagas, que terão salário-base inicial de R$ 1.518, valor que os atuais cuidadores reivindicam. O Sindicato reforça que é necessário valorizar também quem já atua nos serviços. “Vemos com bons olhos as novas contratações, pois existe uma necessidade real. Porém, os que já estão contratados precisam ser valorizados”, diz.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande foi procurada e o espaço permanece aberto para a manifestação da administração municipal.
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