Dívidas e negócios paralelos podem ter motivado duplo homicídio em lava-jato
Vítimas foram mortas na noite de terça-feira e atirador fugiu com comparsa em motocicleta
Investigações apontam que Ariel Pina, proprietário de um lava-jato no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, já havia se envolvido em desavenças anteriores, incluindo uma tentativa de homicídio e conflitos com ex-sócios. A Delegacia de Homicídios apura se o histórico de dívidas e atividades paralelas pode estar relacionado à motivação do duplo assassinato que vitimou Ariel Pina e Allysson Ortiz Braga, na noite desta terça-feira (30).
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Dois homens foram assassinados a tiros em um lava-jato no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, na noite de terça-feira. Ariel Pina, proprietário do estabelecimento, e Allysson Ortiz Braga foram mortos por um atirador que chegou ao local em uma motocicleta Honda Bros azul. A Delegacia de Homicídios investiga se dívidas e negócios paralelos motivaram o crime. Ariel, que também atuava com venda de veículos e empréstimos a juros, já havia se envolvido em desavenças anteriores, incluindo suspeita de tentativa de homicídio contra um ex-sócio. A polícia analisa imagens de câmeras de segurança para identificar os autores.
O crime aconteceu por volta das 18h, no cruzamento das ruas São Luiz de Cáceres e Álvares Penteado. Testemunhas relataram que dois homens chegaram em uma motocicleta Honda Bros azul. O garupa desceu armado, anunciou um assalto e, em seguida, atirou contra Allysson, que estava no portão do estabelecimento. Logo depois, o atirador invadiu o local e disparou contra Ariel. Ambos morreram antes da chegada do socorro.
Execução violenta - A perícia constatou que Ariel foi atingido principalmente nas costas e na região da nuca, enquanto Allysson sofreu perfurações no ombro e na coxa. Pelo menos dez cápsulas de munição calibre .40 foram encontradas no local. Funcionários que estavam no lava-jato conseguiram se esconder e contaram que o atirador ainda disparou na direção deles antes de fugir na garupa da motocicleta.
A sequência de tiros provocou correria e pânico entre moradores da região. Viaturas da Polícia Militar, da Força Tática e do BPMChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque) cercaram o endereço enquanto equipes da perícia recolheram os primeiros indícios.
Ao Campo Grande News, um vizinho de 44 anos que prefere não se identificar por medo contou que havia chegado do trabalho quando tudo aconteceu. Segundo ele, o lava-jato foi aberto há pouco tempo e rapidamente encheu de equipes policiais ontem.
“Esse lava-jato abriu há menos de um mês. Já tinha acontecido quando eu cheguei, mas minha família ouviu e todos ficaram assustados. Fecharam a quadra. Eu não conhecia o dono, justamente porque o estabelecimento abriu recentemente; esse pastor, não sei quem é”, pontuou o morador.
Além dele, outro homem de 53 anos, que também quer ter o nome preservado por medo, contou que acordou com os tiros e confirmou que o estabelecimento foi aberto há aproximadamente 30 dias.
"Esse pastor, ninguém diz conhecer por ali. Na rua há duas igrejas próximas. Bati na porta e ninguém atendeu. Suspeitei que pudesse ser uma das igrejas de que a vítima era pastor. Todos os que conversaram comigo ficaram de cabeça baixa, como se estivessem com medo de alguém ver", finalizou um terceiro morador da rua.
Rixas e ameaças - O nome de Ariel já havia sido citado em outros conflitos. Em 2024, seu ex-sócio, conhecido como “Petruck”, sofreu uma tentativa de homicídio e chegou a desconfiar de que Ariel estivesse envolvido. Ele compareceu à delegacia após o crime desta terça-feira, negou participação e disse que estava em um estúdio de tatuagem no horário da execução.
Além da atividade no lava-jato, Ariel também negociava veículos usados e concedia empréstimos a juros, segundo familiares. A polícia investiga se essas práticas aumentaram a lista de desafetos do comerciante. O caso está sob responsabilidade da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), que deve analisar imagens de câmeras de segurança da região para identificar os autores. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
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