Alunos criam sistema para evitar atropelamento de animais nas rodovias
O projeto dos estudantes da rede pública concorre à premiação nacional de cidadania
Desenvolvendo soluções criativas para resolver problemas graves de proteção ambiental, estudantes de Corumbá criam sistema de alerta visual para prevenir acidentes e atropelamentos de animais silvestres nas rodovias.
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Estudantes do ensino médio de Corumbá, Mato Grosso do Sul, desenvolveram um sistema inovador para prevenir atropelamentos de animais silvestres na BR-262. O projeto, denominado SAVIA (Sistema de Alerta e Vigilância Inteligente Ambiental), utiliza sensores de calor e LEDs coloridos para alertar motoristas sobre a presença de fauna nas proximidades da rodovia. O protótipo, que está em fase de aperfeiçoamento técnico em parceria com órgãos ambientais, é semifinalista do prêmio Solve for Tomorrow da Samsung. O sistema foi desenvolvido com Arduino e sensores que identificam animais a diferentes distâncias da pista, indicando através de um sistema semafórico as velocidades ideais para os motoristas.
A ideia do projeto, chamado SAVIA (Sistema de Alerta e Vigilância Inteligente Ambiental), é proteger a fauna local na região da BR-262, que tem uma das maiores incidências de morte de animais, como o tamanduá-bandeira, a onça-pintada, veados e até animais menores, como filhotes de capivara.
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O protótipo desenvolvido pelos estudantes é programado para acender LEDs coloridos na rodovia, no mesmo sistema dos semáforos, utilizando sensores de calor para indicar a presença de animais a 10 m de distância da pista (vermelho), a 20 m (amarelo) e de 30 a 40 m (verde).
O grupo de estudantes de Corumbá é composto por três alunos e uma aluna do 1º ano do ensino médio, que recebem suporte do professor orientador Bruno Silva e do professor parceiro Felipe Rodrigo de Oliveira Ferreira. O sistema foi desenvolvido com Arduino e sensores de movimento e calor para identificar animais próximos à pista e também indicar quais devem ser as velocidades ideais para os motoristas transitarem no trecho.
Segundo o professor orientador do grupo, Bruno Silva, o projeto ajuda a prevenir acidentes graves nas rodovias, que geram risco à vida humana e animal. "É um sistema capaz de prevenir acidentes com animais, mas também pode atuar na preservação da vida humana, pois é adaptável. Futuramente, pensamos em adicionar um alerta sonoro para aplicá-lo em escolas da zona rural que estão no Pantanal, evitando a aproximação de animais selvagens em ambientes ocupados por crianças, por exemplo", explica o orientador.

Atualmente, o projeto encontra-se em fase de aperfeiçoamento técnico. A equipe trabalha em parceria com órgãos federais e ambientais, como o Ibama, para obter dados concretos da fauna da região a fim de estimar com mais precisão quais e quantos animais transitam pela área onde os sensores atuam.
"Essas parcerias ajudam a aperfeiçoar nosso projeto e possibilitam uma integração com os sistemas de monitoramento já existentes no Pantanal, como os de prevenção de incêndios e os de monitoramento animal", afirma o professor parceiro Felipe Rodrigo de Oliveira Ferreira.
O grupo tem trabalhado para aplicar novos sensores e fazer novas validações, a fim de obter um sistema ainda mais completo.
Concorrendo a prêmio - A iniciativa dos estudantes sul-mato-grossenses é semifinalista do prêmio Solve for Tomorrow que faz parte da 12ª edição do programa de Cidadania Corporativa da Samsung.
O programa Cidadania Corporativa da Samsung é conhecido por incentivar alunos e professores de escolas públicas a desenvolverem projetos inovadores com base na metodologia STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática).
Para Helvio Kanamaru, diretor de ESG (Ambiental, Social e Governança) e cidadania corporativa da Samsung para a América Latina, o projeto SAVIA: "Traz um novo olhar para a preservação da vida animal nessa região tão importante, o Pantanal. Estamos ansiosos para acompanhar o avanço desse projeto no decorrer da edição", afirmou.
O professor Felipe Ferreira também acrescenta que os alunos de Corumbá estão motivados com a premiação do protótipo e visam desenvolver a ideia e avançar no programa.
"São alunos inspiradores para a nossa comunidade. Graças a eles, pudemos realizar o primeiro circuito de robótica da cidade e agora estamos em um programa de âmbito nacional, que dá visibilidade ao nosso projeto e valoriza o que temos feito em nossa escola. Estão todos muito animados, principalmente pelo enorme impacto ambiental que o projeto pode gerar em nossa região", diz Felipe.
Em reta final, a programação da premiação terá a divulgação das 10 equipes finalistas no dia 15 de outubro. O resultado dos vencedores acontece no 2 de dezembro.