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Em Pauta

Prof. formiga, mestra galinha: os animais também ensinam suas crias

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 21/10/2025 07:20
Prof. formiga, mestra galinha: os animais também ensinam suas crias

Ensino tem sido um desses comportamentos que, durante muito tempo, foi considerado exclusivo dos humanos. Quem mudou essa errônea ideia foi Jane Goodall, a renomada cientista dos macacos, que acaba de falecer aos 91 anos de idade.


Prof. formiga, mestra galinha: os animais também ensinam suas crias

Formigas e a arte da paciência.

Em 2006, Nigel Franks e Tom Richardson, proporcionaram a primeira evidência sólida da existência do ensino em uma especie não humana. As formigas, quando saem em busca de alimento, à frente sempre irá a com mais experiencia. A inexperiente a seguirá tocando-a com as antenas. Quando a inexperiente se atrasa, a professora reduz a velocidade ou se detém para esperá-la. Esse ritmo, constantemente pausado, implica em um custo para a formiga guia, uma vez que chegaria muito mais rapidamente, mas permite que a aprendiz memorize o caminho. É um ensino surpreendentemente refinado pois há uma comunicação constante entre ambas.


Prof. formiga, mestra galinha: os animais também ensinam suas crias

Galinhas: excelentes monitoras.

Na mesma época, a Universidade de Bristol, na Inglaterra, trouxe outra surpresa: as galinhas são excelentes monitoras. São professores nota dez na arte de ensinar os pintinhos a distinguir entre comida boa e ruim. Durante os primeiros dias de vida, usam uma combinação de chamadas agudas e bicadas sobre o solo para atrair suas crias a descobrirem alimentos melhores. Quando há comida de alta qualidade, intensificam e alongam os sinais, orientando os pintinhos para as melhores opções.


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Suricatos: os demônios da criação cooperativa.

Os suricatos conquistaram as crianças na série de desenhos animados “Madagascar”. São aqueles animaizinhos que se põem de pé, perdendo o equilíbrio constantemente, e dormem de barriga para cima sob o sol. Adoráveis no cinema. Terríveis na vida real. Uma sociedade violenta e totalitária. Um matriarcado onde a suricata chefona mata e devora seus próprios netos. Ela é a única que pode ficar grávida. Se outra fêmea infringe a norma, será assassinada. É uma autêntica sociedade de terror. Mas essa tirania tem um lado indispensável para sobreviver: a cooperação. Toda a manada colabora nas tarefas de vigilância e no cuidado com as crias, inclusive dando de mamar e ensinando os pequenos. Os suricatos se alimentam de escorpiões. O ensino do suricatinho começa quando lhes dão escorpiões mortos para comer. A segunda aula é com escorpiões sem garra. Finalmente, lhes entregam escorpiões completos. Durante o processo os escorpiões adultos supervisionam de perto o tipo de presa e a idade do suricatinho. Os animam quando acertam e corrigem quando erram.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.