Alunos criam tecnologia que acelera germinação de sementes no Pantanal
Intitulado "PackSeed" projeto tem como finalidade ajudar na recuperação de áreas degradadas no bioma

Projeto de iniciação científica desenvolvido com a participação de estudantes do ensino médio começa a dar frutos no Pantanal sul-mato-grossense. A iniciativa trata de um pacote tecnológico que melhora a germinação de sementes nativas, com a finalidade de ajudar a recuperar áreas degradadas desse bioma. Nesse primeiro momento, os trabalhos são conduzidos em Aquidauana, à sombra do Morro Paxixi.
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O projeto PackSeed, desenvolvido por estudantes do ensino médio no Pantanal sul-mato-grossense, apresenta uma solução inovadora para recuperação de áreas degradadas. O pacote tecnológico, que combina sementes nativas, substrato, adubo e hidrogel em um saquinho hidrossolúvel, melhora a germinação e acelera o crescimento de árvores nativas. A iniciativa, conduzida em Aquidauana sob orientação dos professores Allan Motta e Adriana Soares Luzardo Couto, conta com apoio do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica no Ensino Médio da Fundect. O projeto visa automatizar a produção e implementar distribuição por drones, facilitando o acesso a áreas remotas do bioma.
Intitulado “PackSeed”, o pacote também acelera o crescimento de árvores nativas e torna mais eficiente a implantação do sistema IPF (Integração Pecuária-Floresta). Com viés tecnológico, a inspiração para criá-lo vem de métodos tradicionais já praticados pelos pantaneiros, que produziam a chamada “muvuca” de sementes com argila para restaurar áreas degradadas.
O professor Allan Motta é um dos responsáveis pelo estudo e explica como o método foi potencializado com apoio de tecnologia. “O que fizemos foi agregar tecnologia: colocamos hidrogel, substrato, adubo e usamos um saquinho hidrossolúvel, que se desintegra com água e garante umidade às sementes”, esclarece.

Além dele, a professora Adriana Soares Luzardo Couto também está envolvida no estudo, que surgiu a partir do Desafio de Inovação promovido pela Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) durante o Pantanal Tech de 2024.
A pesquisa ganhou força através do PICTEC (Programa de Iniciação Científica e Tecnológica no Ensino Médio), da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), que oferece bolsas para estudantes do ensino médio. A professora destaca que foi possível envolver os alunos do curso técnico agropecuário do CEPA (Centro Educacional Profissionalizante de Aquidauana), vinculado à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).
“A pesquisa ganhou um novo sentido, porque mostramos aos alunos que a ciência pode gerar inovação e empreendedorismo; que eles podem transformar conhecimento em um produto real, algo que pertence a eles mesmos”, relata Adriana.

Hoje, os alunos participam ativamente de todas as etapas do desenvolvimento do PackSeed, desde a validação de quantidade de substrato e tipos de sementes até os testes em campo experimental. Alguns dos testes envolvem espécies como caroba, angico e ipê.
O objetivo agora é automatizar a produção com uma empacotadora e, futuramente, distribuir os PackSeeds por drone, alcançando áreas de difícil acesso. Os resultados das pesquisas aplicadas ao campo foram apresentados, na última semana, ao secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e ao secretário-executivo de Ciência e Tecnologia, Ricardo Senna.
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