Há 3 anos, Cynthia deixou confeitaria para decorar a casa com duendes
Fadas, bruxas e journals são feitos pela artesã que vende pela internet e em feiras
Há três anos, Cynthia Ferelli, de 55 anos, trocou a confeitaria de bolos fakes pelo universo dos elementais. Deixou de lado o glacê cenográfico para mergulhar na criação de duendes, fadas, bruxas, grimórios, journals e luminárias. As peças não carregam apenas detalhes feitos à mão, mas também boas intenções e uma pitada generosa de magia.
RESUMO
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Cynthia Ferelli, artesã de 55 anos, transformou sua vida ao trocar a confeitaria de bolos cenográficos pela criação de elementos místicos. Em seu ateliê, Vale do Cervo, ela dá vida a duendes, fadas, bruxas, grimórios e luminárias, unindo artesanato e espiritualidade. O processo criativo de Cynthia é intuitivo e ritualístico, envolvendo incensos e músicas específicas. Suas obras, que incluem um notável leprechaun de 70 centímetros, podem ser encontradas na Feira Artesanal com Prosa e através do Instagram @valedocervo.
“O interesse veio desde criança. Sempre cultivei esse lado místico e nunca larguei”, conta ela, que hoje dá vida ao projeto Vale do Cervo, um ateliê onde o real encontra o imaginário e o artesanal vira ritual.
Foi ali, na vontade de se desafiar, que nasceu o primeiro duende guardião, lá em 2011. A peça segue com ela até hoje, como talismã e ponto de partida de um caminho sem volta.
Inspirada pela natureza, por livros místicos e pelo trabalho de outros artistas, Cynthia enxerga suas criações como uma ponte entre mundos. “Tento trazer em cada peça um encontro do real com o imaginário, um pouco de magia e mistério.”
O processo de criação, ela diz, é intuitivo. Em vez de esboços ou desenhos prévios, começa diretamente com as mãos, modelando formas que vão surgindo aos poucos. “Às vezes visualizo a peça pronta na cabeça, outras vezes ela vai tomando forma durante o processo”, descreve.
Cada obra carrega um propósito. Antes de começar, Cynthia acende incensos, escolhe uma trilha sonora inspiradora e se conecta com a energia que deseja transmitir. “Penso em coisas boas, emano boas energias. Quero que cada peça leve isso com ela para os novos lares.”
O mesmo vale para os grimórios e journals, que ela deixa abertos à interpretação de quem os adquire. “Cada pessoa vai dar o significado que precisar naquele momento”, explica. Já os materiais usados, como cristais e elementos naturais, ajudam a compor esse universo encantado e simbólico.
Entre tantos pedidos especiais, um marcou: a criação de um leprechaun de 70 centímetros, encomendado de Goiânia. Mas, segundo Cynthia, cada peça carrega uma conexão única. “Todos os pedidos e clientes são especiais. Existe uma troca.”
Apesar da recepção calorosa de muitos, nem sempre o trabalho foi compreendido. “Até hoje, em algumas feiras, tem quem passe mais rápido, vire o rosto ou diga que isso não é de Deus. Mas não me importo. Acredito que seja só desinformação. É preciso estar aberto a conhecer novas formas de arte.”
Para ela, o Vale do Cervo é mais do que trabalho: é cura, expressão e identidade. “Cada peça carrega um pouco da minha história, da minha paixão, do que acredito. É onde me encontro e também onde me transformo. Poder viver do que amo, com propósito, é mágico.”
Quem quiser conhecer o trabalho de Cynthia pode visitar o Vale do Cervo neste sábado, das 15h às 19h, na "Feira Artesanal com Prosa", na Rua dos Ferroviários, 118. As peças também estão no Instagram: @valedocervo.
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