Casa com lanche árabe foi aberta com donos fazendo jejum o dia todo
Lanchonete foi aberta no sábado de Carnaval e o primeiro dia do Ramadã, importante data para os muçulmanos

Na Rua 14 de Julho, uma lanchonete aberta no primeiro dia de Carnaval deste ano tem sabor de cultura árabe. Apresentando o shawarma como carro-chefe, a She Bab's ainda virou opção com horário estendido para quem quer matar a fome e apreciar a culinária do Oriente Médio
RESUMO
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Durante a semana, o espaço funciona até às 21h. Às sextas e sábados, vai até à 0h e é o único local da 14 de Julho que não vende bebida alcoólica, oferece apenas alimentação para quem frequenta o rolê boêmio do Centro e precisa forrar o estômago.
A proposta veio de dois primos e filhos de libaneses, Mohamed El Ghandour e Ali. Unidos pela fé muçulmana e pela memória afetiva da infância, eles abriram o negócio em um momento simbólico. Era sábado de Carnaval e também o primeiro dia do Ramadã, importante data religiosa para os muçulmanos.
“Por conta da tradição, no fim de semana que abrimos a gente ficou em jejum do nascer ao pôr do sol. Trabalhamos o dia inteiro e só quebramos o jejum no fim do dia com chá árabe. Ficamos até 1h da manhã atendendo por causa do Carnaval”, lembra Mohamed.
O nome She Bab’s faz alusão à juventude árabe, shabab, e carrega o espírito da iniciativa, de ser acessível, saborosa e fiel às raízes. “Sempre tivemos sede de abrir algo junto, algo nosso. Então, a gente pensou em uma comida que agradasse não só quem já é da cultura árabe, mas que fosse boa para todo mundo”, explica.
No começo, eles abriram com apenas a opção do shawarma. Mas, nesta semana, o cardápio cresceu, com preços que começam em R$ 15,99. Além do clássico Shawarma, a She Bab's tem o churrasco grego, que ao invés do pão sírio é feito no pão francês, kibe frito Beirute, Shawarma vegetariano com falafal, uma espécie de salgadinho típico feito com massa de grão de bico, e até a versão doce.

Entre as opções mais pedidas está o Shawarma Original de Carne, que custa R$ 26,99 e é feito com filetes de carne, pasta de alho, tomate, cebola, salsinha, acelga e batata frita. Quem prefere frango pode optar pelo Shawarma Original de Frango, por R$ 25,99, ou ainda pelo Misto, que junta os dois sabores e custa R$ 25, 99.
Para quem gosta de algo mais encorpado, tem o Shawarma Damasco, vendido a R$ 35,99 e no preparo leva requeijão, tomate seco, filetes de frango, queijo de búfalo e rúcula. Todas as opções são feitas no pai sírio e a carne temperada com especiarias típicas.
Uma das novidades é o Baguete Turco, de R$ 35,99, preparado com a mesma base do churrasco grego, mas servido no pão baguete. “O churrasco grego foi uma saída para baratear e popularizar o sabor. É o mesmo conceito do shawarma, mas com outro pão”, explica Mohamed.
E tem até sobremesa no pão sírio. O Shawarma Tentação é recheado com paçoca e Nutella e o Sensação com Nutella é morango. “Tem quem estranhe, mas depois que prova, se apaixona”, relata.
Cultura que alimenta - Mohamed cresceu comendo shawarma cercado pela comunidade árabe, especialmente quando morou em Foz do Iguaçu. “Minha mãe sempre cozinhou comida libanesa em casa. Toda sexta, depois da oração, eu e meus amigos íamos comer shawarma. A cultura sempre esteve comigo”, conta.
Para ele, a She Bab’s é um jeito de seguir o que aprendeu desde pequeno e garantir que os sabores e histórias não se percam. “Eu cresci conectado com a cultura. Aqui, a gente vende lanche e compartilha tradição”, reforça.
O endereço na 14 de Julho foi escolhido com estratégia. “A gente queria um espaço onde a galera que sai pra beber pudesse vir comer, mas também onde famílias se sentissem à vontade. Por isso não vendemos bebida alcoólica, mesmo estando na 14”, afirma.
De segunda a quinta, a She Bab’s funciona das 10h às 21h. Às sextas e sábados, o expediente vai das 10h até a meia-noite. Os clientes vão desde muçulmanos que seguem regras alimentares rígidas, como o consumo de carne apenas com o corte halal , até pessoas curiosas em desvendar os sabores do espaço.
“A ideia sempre foi mostrar que comida árabe não é um bicho de sete cabeças. É deliciosa, acessível e tem muita história", finaliza.
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