Um mês antes de partir, avó deu à neta presente guardado por 27 anos
Antes de morrer, avó enviou o presente que neta pediu aos 5 anos e nunca esqueceu
Mesmo vinte anos após a morte da avó Evilásia, a lembrança dela continua viva na casa e no coração de Janaína Araújo, de 51 anos. Guardada com cuidado na cristaleira de casa, uma colher de pau, simples e já com marcas do tempo, virou o símbolo do amor entre as duas.
RESUMO
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Uma colher de pau esculpida pelo avô Pedro tornou-se símbolo do amor entre Janaína Araújo e sua avó Evilásia, falecida há 20 anos. O objeto, pedido por Janaína quando criança, foi guardado pela avó por 27 anos e entregue um mês antes de sua morte. Natural do Rio Grande do Norte, Evilásia era uma mulher de fé que se mudou para Campo Grande, onde criou sete filhos. Católica praticante, ela manteve a família unida através de gestos de amor, como costurar roupas para todos e preparar pratos típicos nordestinos que marcaram a memória dos familiares.
O objeto, esculpido pelo avô, Pedro, foi pedido por Janaína ainda na infância e chegou às mãos dela quase três décadas depois, enviado pela avó um mês antes de falecer.
Além da lembrança, a colher carrega a delicadeza e a fé de uma mulher que manteve a família unida, costurou roupas até os últimos dias e deixou em cada gesto o exemplo de firmeza e doçura. “Sempre que sinto saudade, pego a colher, lembro dela e me emociono. É como se ela ainda estivesse aqui”, diz Janaína.
A história começou quando ela tinha apenas 5 anos e passava os dias na cozinha da avó, observando cada movimento enquanto Evilásia preparava as refeições da família. “Eu sempre gostei de cozinha. Um dia vi a colher de pau que tinha sido feita pelo meu avô. Falei: ‘Vó, quando a senhora não quiser mais essa colher, me dá ela’. E ela respondeu que daria”, recorda.
O tempo passou, a colher desapareceu da cozinha, e a menina cresceu sem coragem de perguntar o que havia acontecido. Vinte e sete anos depois, já adulta e grávida da primeira filha, Janaína recebeu uma caixa enviada pela avó com roupinhas para a bebê. Para a surpresa dela, junto com as roupas estava a colher.
“Um mês depois de me enviar o presente, ela faleceu. Acho que foi a forma que encontrou de se despedir de mim. Mesmo depois de tanto tempo, ela guardava a colher e nunca esqueceu o meu pedido de criança”, conta.
Desde então, o objeto ocupa um lugar especial na casa de Janaína. Segundo ela, é o símbolo do vínculo entre gerações e da presença que não se apaga. “Eu passo a vida mostrando essa colher para amigos e familiares. É incrível como todos se emocionam com essa história”, comenta.
Evilásia era uma mulher de fé e força. Era católica praticante e liderava a família com firmeza e ternura. Enquanto esteve por aqui, viu a família crescer com a chegada de sete filhos, onze netos e cinco bisnetos, que ela chegou a conhecer antes de partir. “Ela era aquela avó de antigamente, um exemplo pra todos. Lembro dela costurar pra toda a família. Arrumava roupa até de filho que já era casado e fazia tudo com prazer", detalha a neta.
Para Janaína, uma das maiores saudades são as receitas que a avó preparava. “Ela fazia canja, farofa d’água, cuscuz, feijão verde... Tudo com aquele toque nordestino que a gente sente tanta falta”, relembra.
Natural do Rio Grande do Norte, Evilásia se mudou para Campo Grande ainda jovem com o marido e, por aqui, construiu a história da família. A casa onde morou ainda existe e permanece com duas filhas, que dedicaram a vida a cuidar dos pais. “Cada vez que entro lá, sinto a presença dela. É uma paz enorme", descreve Janaína.
No dia 1º de novembro completam-se 20 anos da partida de Evilásia. Para a neta, a data é mais uma oportunidade de lembrar, com carinho, a mulher que ensinou sobre amor, fé e delicadeza e que deixou, em uma simples colher de pau, o maior símbolo de tudo o que construiu.
“Essa colher me faz lembrar quem ela era. Uma mulher que, mesmo sem estar aqui, continua me ensinando todos os dias”, finaliza.
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