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Cidades

STJ defende provas e rebate decisão de Moraes sobre volta de Waldir Neves ao TCE

Na semana passada, Neves retomou as atividades no Tribunal de Contas do Estado após decisão do STF

Por Lucia Morel | 19/05/2025 16:55
STJ defende provas e rebate decisão de Moraes sobre volta de Waldir Neves ao TCE
O ex-conselheiro afastado do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Waldir Neves Barbosa. (Foto: Arquivo)

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) defende junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) a manutenção de medidas cautelares mais rígidas ao ex-conselheiro afastado do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Waldir Neves Barbosa. O ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ, apresentou resposta ao ministro Alexandre de Moraes, diante de decisão da semana passada que afrouxou as cautelares e permitiu o retorno de Neves ao tribunal.

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O STJ contesta decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que flexibilizou medidas cautelares contra o ex-conselheiro do TCE-MS, Waldir Neves, investigado por corrupção. O ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ, defende a manutenção do afastamento do cargo e outras restrições.Falcão argumenta que há provas robustas contra Neves, incluindo indícios de fraudes em licitações e pagamentos indevidos. O ministro rebateu a defesa, que alegou excesso de prazo e falta de indícios. Ele afirma que as investigações continuam e que a gravidade dos fatos justifica o afastamento para preservar a credibilidade do TCE-MS. A defesa de Neves sustenta que a revogação das medidas pelo STF demonstra a inércia do processo.

Pelo ordenamento jurídico, apenas defesa e acusação podem apresentar pedidos em juízo, como ocorreu no caso do habeas corpus impetrado pelo advogado de Waldir Neves, Ewerton Bellinati da Silva. A partir desse pedido, o ministro Alexandre de Moraes revogou as cautelares impostas anteriormente por Falcão, como o afastamento do cargo e o uso de tornozeleira eletrônica.

Na mesma decisão, Moraes determinou que o relator da ação no STJ fosse informado. Em resposta, Francisco Falcão encaminhou ofício ao ministro do STF em que questiona, de forma institucional, a mudança nas medidas aplicadas ao conselheiro investigado.

No documento, Falcão rebate os argumentos da defesa de Neves, que apontou como justificativas o excesso de prazo das cautelares, a suposta ausência de oitiva do investigado e a alegação de falta de indícios mínimos de autoria e materialidade dos delitos.

O ministro do STJ afirmou que não houve inércia da Corte Especial, mesmo diante do tempo decorrido desde o início das medidas, e justificou que as investigações da Polícia Federal continuaram após o primeiro afastamento, determinado em dezembro de 2022. Uma nova fase foi aberta em julho do ano passado, quando também foi feito novo pedido de prisão preventiva e busca e apreensão, negado por ele.

“Na ocasião, houve nova representação pela decretação da prisão preventiva, cumulada com afastamento do cargo, bem como de busca e apreensão em desfavor do Conselheiro Waldir Neves Barbosa, por mim indeferida em razão do anterior deferimento”, registrou Falcão.

O ministro também reforçou que há provas consistentes que indicam a suposta participação de Waldir Neves em um esquema de corrupção, com fraudes em licitações e pagamento de vantagens indevidas dentro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul. “Em tais circunstâncias, as medidas cautelares aplicadas têm respaldo”, argumentou.

No ofício, ele destacou a gravidade dos fatos já apurados, os quais, segundo ele, comprometem a credibilidade do TCE. “Os fatos até então constatados são de extrema gravidade, visto que colocam em xeque a atividade fiscalizatória da Corte de Contas e a credibilidade de suas decisões. Nesse sentido, o afastamento é necessário para o restabelecimento da integridade, probidade e seriedade do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul”, escreveu.

Falcão citou ainda a nova denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal), em janeiro deste ano, contra Waldir Neves e os conselheiros Iran Coelho das Neves e Ronaldo Chadid. Ele rechaçou a existência de retardo injustificado ou excesso de prazo no andamento do caso.

Sobre a alegação de que Neves não foi ouvido durante as investigações, o ministro afirmou que o conselheiro foi, sim, intimado e prestou depoimento por videoconferência em 29 de novembro de 2023.

Ao finalizar o ofício, Falcão reiterou que considerou imprescindível a manutenção das medidas cautelares, já que as apurações evoluíram e resultaram em nova denúncia. Para ele, “não se verifica, no caso, situação de inércia, tampouco flagrante ilegalidade”. O documento foi encerrado com a expressão de “protestos de elevada estima e distinta consideração” ao ministro Alexandre de Moraes.

Em contato com a reportagem, a defesa de Neves enfatizou que "se a inércia não tivesse sido demonstrada o STF não teria revogado".

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