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Cidades

Liberado da prisão, "PX" passa a usar tornozeleira eletrônica no Paraná

Paulo Xavier é investigado pelo Gaeco do PR em esquema de compartilhamento de dados sigilosos do Detran

Por Silvia Frias | 14/06/2024 08:42
Paulo Roberto Xavier durante o julgamento dos réus acusados pela morte de Matheus, em 2023 (Foto/Arquivo)
Paulo Roberto Xavier durante o julgamento dos réus acusados pela morte de Matheus, em 2023 (Foto/Arquivo)

O ex-capitão da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Paulo Roberto Teixeira Xavier, preso durante Operação Money Poup, em Sarandi (PR), foi liberado após audiência de custódia, mas será mantido sob monitoramento eletrônico. “PX” deixou MS após o filho Matheus Coutinho Xavier ter sido executado, por engano, pela milícia investigada na Operação Omertà.

O ex-PM estava detido na 9ªDP (Delegacia de Polícia) de Maringá desde o dia 11, quando foi deflagrada a operação. O mandado era de monitoramento eletrônico, porém, houve prisão em flagrante depois que a equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) encontrou “pequena quantidade de munições” e carregador de pistola 9 milímetros.

Na audiência de custódia realizada em Maringá, na última quarta-feira (12), a Justiça concedeu o relaxamento da prisão, com cumprimento do mandado expedido anteriormente pela 2ª Vara Criminal daquele município, no âmbito da operação. A colocação da tornozeleira foi realizada às 18h01, conforme apuração da reportagem.

Ainda conforme apurado pelo Campo Grande News, "PX" pode se deslocar por determinado perímetro na cidade onde mora, "exceto em horário noturno, finais de semana e feriados, datas em que há recolhimento domiciliar".

A Operação Money Poup investiga crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público e lavagem de bens, direitos e valores.

Os 37 mandados expedidos em Maringá, Sarandi e Santa Fé tinham como alvo cinco pessoas jurídicas e sete pessoas físicas que estariam envolvidas no esquema de venda de informações privilegiada.

Conforme informações do Gaeco, a investigação começou em março de 2023, quando o grupo recebeu informações do esquema por parte de servidores do Detran-PR em favor de um despachante. A partir daí, foram identificados outros envolvidos.

A reportagem apurou que a empresa Poup Tempo Consultoria de Trânsito Ltda, de propriedade de PX, estaria na lista e receberia as informações de servidores da Ciretran. Aberta em 29 de agosto de 2022, tem capital social de R$ 100 mil e como atividade a “preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente”.

Com acesso a dados de condutores de veículos, os servidores vendiam as informações para despachantes, duas clínicas de exames toxicológicos e uma empresa de placas. Há suspeita de que algumas empresas foram criadas pelos próprios servidores investigados.

Desde o dia da prisão, reportagem tenta contato com a defesa de PX e, agora, com o ex-policial, mas não obteve retorno.

MS – A investigação da morte do filho de PX levou o Gaeco em MS a identificar a milícia comandada por Jamil Name e Jamil Name Filho. O alvo dos tiros que mataram o estudante era o ex-policial, com quem os Name tinham desavença.

Jamilzinho e mais duas envolvidos no crime – Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo, foram condenados pela morte do rapaz, em rumoroso julgamento ocorrido em julho de 2023.

O empresário foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo torpe e embosca e 3 anos e 6 meses por porte ilegal de arma. Vladenilson Daniel Olmedo foi condenado pelos mesmos crimes, mas com pena de 21 anos e 6 meses. Marcelo Rios, além de homicídio e porte de arma, também foi sentenciado por receptação do carro usado na execução, tendo pena de 23 anos.

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