Plano para reverter crise nos Correios deve ter pouco impacto em MS
Sindicato garante que em Campo Grande, por exemplo, não há agências classificadas como deficitárias

Foi aprovado nesta quarta-feira (19) o plano de reestruturação dos Correios, que prevê uma série de medidas para retomar o equilíbrio financeiro da estatal ainda este ano e alcançar lucro em 2027. Entre as ações previstas estão um novo programa de demissão voluntária e o fechamento de mil agências consideradas deficitárias.
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O plano de reestruturação dos Correios, aprovado nesta quarta-feira (19), prevê medidas para recuperar o equilíbrio financeiro da estatal em 2024 e alcançar lucro em 2027. Entre as principais ações estão um novo programa de demissão voluntária, fechamento de mil agências deficitárias e venda de imóveis com expectativa de arrecadação de R$ 1,5 bilhão. Em Mato Grosso do Sul, o impacto deve ser menor, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Wilton dos Santos Lopes. O Estado já enfrenta déficit de funcionários desde 2011, quando ocorreu a última convocação por concurso. Em Campo Grande, não há agências classificadas como deficitárias, concentrando-se principalmente no interior.
Apesar disso, o presidente do Sintect/MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios), Wilton dos Santos Lopes, avalia que o impacto em Mato Grosso do Sul deve ser menor. Segundo ele, o quadro de funcionários no Estado é deficitário, já que a última convocação de concurso ocorreu em 2011 e por enquanto não há anúncio de unidades que podem ser fechadas por aqui.
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Wilton afirma que em Campo Grande, por exemplo, não há agências classificadas como deficitárias, a maioria está no interior. O presidente do sindicato critica o critério usado para definir o que é uma unidade deficitária, afirmando que o conceito ignora o subsídio cruzado. “Mesmo que uma agência não tenha grande entrada de recursos, que ela não se pague, ela é essencial porque finaliza um serviço iniciado em uma unidade central”, explica.
Para ele, a reestruturação passa necessariamente pela contratação de novos funcionários, com o chamamento dos aprovados no último concurso. “Já são 14 anos sem convocação”, reforça. Wilton lembra que a adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) depende da decisão individual dos trabalhadores e costuma atrair quem está próximo da aposentadoria, como ocorreu em programas anteriores.
“Cerca de 80% da nossa atividade é braçal, feita por pessoas. Não há como crescer sem contratar. Precisamos de efetivo para melhorar a qualidade do serviço e recuperar prazos de excelência que foram precarizados no governo anterior para tentar justificar a privatização”, afirma.
Ele aponta ainda que o setor tem pressionado o governo federal para avançar na reestruturação. A expectativa é de melhora, mas o sindicato segue acompanhando as ações. Para Wilton, a crise da estatal foi resultado de um projeto político que buscava privatizar os Correios, e não de perda de relevância do serviço, que segue necessário, mas depende de investimentos.
O plano aprovado prevê, além do novo PDV e do fechamento de agências, ainda sem localidade definida, a venda de imóveis com expectativa de arrecadar R$ 1,5 bilhão; a contratação de empréstimo de até R$ 20 bilhões até novembro para reduzir o déficit; corte de custos com plano de saúde dos empregados; e modernização do modelo operacional e da infraestrutura tecnológica.
A proposta também inclui expansão no e-commerce, parcerias estratégicas, reorganizações societárias para aumentar a competitividade e possibilidade de fusões e aquisições, reforçando o compromisso com a universalização dos serviços postais, inclusive em áreas remotas do país.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os Correios estão presentes nos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e de Fernando de Noronha (PE). Entre as responsabilidades da estatal estão a entrega de livros didáticos às escolas públicas e a distribuição das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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