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Meio Ambiente

Documento federal liga emergência alimentar às queimadas e secas do Pantanal

Marco aponta riscos para produção de alimentos no país causados pelos eventos climáticos extremos

Por Kamila Alcântara | 21/11/2025 17:10
Documento federal liga emergência alimentar às queimadas e secas do Pantanal
Em um barco no Rio Paraguai, pescadores observando as chamas na flora pantaneira no ano de 2024 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

O governo federal divulgou, nesta sexta-feira (21), o Marco de Referência de Sistemas Alimentares e Clima, documento que pretende orientar políticas públicas para garantir segurança alimentar num país cada vez mais exposto a eventos climáticos extremos. Entre os exemplos usados para demonstrar a urgência do tema, o relatório destaca as secas prolongadas e os incêndios no Pantanal, considerados um dos sinais mais claros de como a mudança do clima já interfere na vida de milhões de brasileiros.

RESUMO

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O governo federal lançou o Marco de Referência de Sistemas Alimentares e Clima, documento que estabelece diretrizes para políticas públicas de segurança alimentar diante dos eventos climáticos extremos. O texto destaca as secas e incêndios no Pantanal como exemplos da interferência das mudanças climáticas na vida dos brasileiros.O documento, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, aponta que o modo de produção alimentar contribui para o aquecimento global, que por sua vez ameaça a produção de alimentos. O marco alerta que populações tradicionais, como ribeirinhos e comunidades pantaneiras, são as mais afetadas por essas mudanças climáticas.

Produzido pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), o marco aponta que sistemas alimentares e clima formam um ciclo de retroalimentação: o modo como o Brasil produz comida contribui para o aquecimento global, e o próprio aquecimento ameaça a produção, o acesso e a qualidade dos alimentos. No meio dessa equação, o Pantanal aparece como um termômetro da crise.

De acordo com o documento, incêndios como os registrados no bioma pantaneiro nos últimos anos se encaixam na lista de “eventos climáticos extremos” que já pressionam diretamente a segurança alimentar do país. Em 2024, o Brasil viveu o ano mais quente desde 1961, e episódios de seca severa no Pantanal foram observados como parte desse avanço acelerado da temperatura terrestre.

O marco lembra que a perda de biodiversidade impacta solo, água, polinização e, em consequência, a produção de alimentos. No Pantanal, esse efeito é multiplicado: a destruição da vegetação compromete ciclos hídricos naturais, reduz a disponibilidade de água e amplia o risco de queimadas, o que, por sua vez, retroalimenta a emissão de gases de efeito estufa. Para o governo, trata-se de um círculo vicioso que precisa ser interrompido.

O documento também alerta que a crise climática não atinge todos da mesma forma. Populações tradicionais e territórios rurais, como ribeirinhos e comunidades pantaneiras, estão mais expostos a secas, incêndios e perda de meios de subsistência. “A mudança do clima agrava a saúde e a segurança alimentar de povos indígenas, negros e comunidades tradicionais”, aponta o relatório.

Além da análise de riscos, o marco propõe diretrizes para enfrentar o impacto climático no sistema alimentar: incentivar produção sustentável, fortalecer a agricultura familiar, reduzir desperdício, ampliar políticas de adaptação e integrar ações entre os governos federal, estaduais e municipais. A orientação é clara: combater a crise climática passa, obrigatoriamente, por repensar como o Brasil produz, distribui e consome comida.

O texto também se conecta ao Plano Clima, conjunto de estratégias que o país deve apresentar à ONU como parte de seus compromissos internacionais. A ideia é que o novo marco sirva como referência técnica, ajudando governos a tomar decisões coordenadas e evitar contradições entre diferentes políticas públicas.

Marco de Sistemas Alimentares e Clima para as Políticas Públicas pode ser lido na íntegra aqui.

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