Preso com fuzis teme a morte e segue com prisão mantida na fronteira
Audiência revela elo com esquema de armas para facções e juiz converte prisão em flagrante em preventiva
O paraguaio Everton Rodrigo Vargas Valenzuela, de 32 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quarta-feira (12) durante audiência de custódia realizada em Naviraí. Ele foi preso na terça-feira (11), em Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, após a apreensão de três fuzis de alto poder de fogo, carregadores e porções de cocaína e skunk na casa onde morava.
RESUMO
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Um paraguaio de 32 anos teve sua prisão preventiva decretada em Naviraí, Mato Grosso do Sul, após ser flagrado com três fuzis de alto poder de fogo e drogas em Ponta Porã. Everton Rodrigo Vargas Valenzuela foi detido em uma residência que, segundo investigações, funcionava como ponto de distribuição de armamentos para grupos criminosos. Durante a abordagem policial, o suspeito tentou se desfazer de uma mala contendo os fuzis, avaliados em R$ 70 mil cada, além de carregadores. No local, também foram apreendidos 700 gramas de cocaína e 1,2 quilo de skunk. Em depoimento informal, Valenzuela alegou temer por sua vida caso revelasse para quem trabalhava.
Hoje, a Justiça decidiu mantê-lo preso porque a investigação aponta que o imóvel funcionava como ponto de distribuição de armas e drogas para grupos criminosos de outros estados.
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Na audiência desta tarde, a Defensoria Pública pediu a liberdade provisória e alegou que o suspeito tem residência fixa, ocupação lícita e não representa risco à ordem pública. A defesa sustentou que não houve violência, lesão ou dano e que a prisão seria desproporcional. O Ministério Público contestou o pedido e afirmou que a quantidade de drogas, o valor das armas e a tentativa de fuga indicam periculosidade e risco de reiteração criminosa.
Conforme aos autos processuais obtidos pelo Campo Grande News, o juiz das garantias Fernando Moreira Freitas da Silva citou elementos da investigação para decretar a prisão preventiva. Ele destacou que a apreensão de três fuzis, avaliados em mais de R$ 200 mil, sugere participação em cadeia criminosa e que a droga encontrada na casa reforça o vínculo com atividades ilícitas.
No auto de prisão, o magistrado também observou que Everton tentou fugir e se desfazer da mala, o que, segundo a decisão, demonstra risco de fuga e possibilidade de frustração do processo penal caso fosse liberado.
Por fim, a decisão judicial determinou a transferência do preso para o sistema penitenciário e autorizou a incineração das drogas apreendidas, com preservação de amostra para laudo definitivo. O inquérito policial seguirá em andamento para identificar outros envolvidos no esquema.
Dinâmica - À imprensa, a Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) informou que passou semanas monitorando o endereço e compartilhando informações com outras forças policiais devido à circulação de fuzis semelhantes em confrontos recentes pelo país. Os investigadores receberam relatos de que um “cidadão paraguaio” estaria usando a residência do bairro Carandá para abastecer facções e que a descrição física coincidia com Everton. Após levantamentos de inteligência, a equipe confirmou que o suspeito, natural de Pedro Juan Caballero, morava no imóvel.
No momento da abordagem, Everton tentou se livrar da mala que carregava as armas e lançou o material por cima do muro ao notar a chegada da polícia. Dentro da bagagem estavam dois fuzis calibre 7.62, um fuzil calibre 5.56, quatro carregadores 7.62 e dois carregadores 5.56. A polícia encontrou ainda 700 gramas de cocaína e 1,2 quilos de skunk nos fundos da casa. Os fuzis são avaliados em cerca de R$ 70 mil cada na fronteira e podem dobrar de preço em estados como o Rio de Janeiro.
Durante as diligências, ele afirmou informalmente que “não poderia dizer para quem trabalhava” porque seria morto, mas exerceu o direito de permanecer calado no interrogatório oficial na Defron. A versão extraoficial reforçou o entendimento dos investigadores de que o suspeito não agia sozinho e tinha papel ativo na remessa de armamento para grupos organizados.
Segundo o relatório policial, o fluxo de informações cruzadas entre equipes da fronteira e delegacias de outros estados ajudou a identificar o local como ponto estratégico de distribuição.
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