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Artes

Beleza e tragédia no Pantanal ocupam o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro

Mostra traz fotografias de Lalo de Almeida e Luciano Candisani que retratam a natureza e os incêndios de 2024

Por Mylena Fraiha | 23/07/2025 09:32
Beleza e tragédia no Pantanal ocupam o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro
Registro de macaco carbonizado, feita por Lalo em uma das queimadas no Pantanal de MS, no ano passado; foto foi premiada internacionalmente (Foto: Lalo de Almeida/Redes sociais).

As belezas naturais e as tragédias provocadas pelos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense ocupam, até 25 de novembro, o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), com a exposição Água Pantanal Fogo. A mostra é uma das seis exposições que integram a “Ocupação Esquenta COP”, programação que antecipa os debates da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, marcada para acontecer em 2025, em Belém (PA).

RESUMO

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A exposição "Água Pantanal Fogo" ocupa o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, até 25 de novembro, exibindo a beleza e a tragédia do Pantanal sul-mato-grossense. A mostra integra a programação “Ocupação Esquenta COP”, que antecipa os debates da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Fotografias de Lalo de Almeida e Luciano Candisani retratam o bioma em dois estados: a exuberância da fauna e flora, e a devastação causada pelos incêndios. Imagens de animais carbonizados e árvores esturricadas, feitas por Lalo, contrastam com os registros da vida pantaneira capturados por Candisani. A exposição busca sensibilizar o público para a urgência da preservação ambiental e os impactos das mudanças climáticas.

Aberta na última sexta-feira (18), Água Pantanal Fogo reúne imagens dos fotógrafos Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo, e Luciano Candisani, colaborador da National Geographic. As fotografias retratam o Pantanal em dois estados opostos. Enquanto Candisani mostra a força e a beleza do bioma, com sua fauna e flora em pleno vigor, Lalo expõe as consequências brutais do fogo, com imagens de árvores esturricadas e animais carbonizados.

“Ao misturar esses dois trabalhos, a gente transporta as pessoas para um mundo maravilhoso e, de repente, elas levam uma rasteira. Olha o que a magia do universo criou naturalmente e olha o que nós estamos fazendo com tudo isso”, afirmou o curador da mostra, Eder Chiodetto, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Entre os registros mais impactantes está a fotografia de um macaco carbonizado, feita por Lalo em uma das queimadas no Pantanal. A imagem correu o mundo e rendeu ao fotojornalista o prêmio de projeto de longa duração na categoria regional do World Press Photo 2022, a principal premiação do fotojornalismo mundial.

Beleza e tragédia no Pantanal ocupam o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro
Pantanal em cinzas após incêndios na região em agosto do ano passado (Foto: Lalo de Almeida/Redes sociais).

Lalo de Almeida esteve no Mato Grosso do Sul em agosto do ano passado, período em que o Pantanal foi o bioma proporcionalmente mais atingido pelo fogo em 2024, segundo o RAF (Relatório Anual do Fogo), do MapBiomas.

Apenas em 2024, a área queimada na região aumentou 157% em relação à média histórica, devastando principalmente vegetação nativa nas margens do Rio Paraguai. Desde 1985, 62% do território pantaneiro já queimou ao menos uma vez. Quase toda essa área (93%) era formada por vegetação nativa, especialmente campos alagados e formações campestres. Pastagens responderam por apenas 4%.

Em suas redes sociais, Lalo descreveu a visita à fazenda Santa Tereza, na Serra do Amolar, uma das mais afetadas pelo fogo em 2020 e novamente em 2024. “O fogo havia passado com tal intensidade que nem mesmo os animais mais velozes como macacos e pássaros conseguiram escapar. As matas se transformaram em paliteiros de carvão sobre um chão branco coberto pelas cinzas das árvores consumidas pelo fogo”, escreveu.

Neste ano, segundo ele, a destruição foi ainda maior. “Milhares de árvores viraram cinzas, animais foram carbonizados, pastos naturais se transformaram em um imenso tapete preto. Uma tristeza só”, relatou Lalo nas redes sociais.

Em contraste com esse cenário devastador, as imagens de Candisani lançam luz sobre o Pantanal que ainda resiste, ou que precisa ser protegido. Com registros da fauna, das águas e da vida pantaneira, suas fotos buscam despertar no público o encantamento com um dos biomas mais ricos do planeta.

Beleza e tragédia no Pantanal ocupam o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro
Área alagada do Pantanal brasileiro (Foto: Luciano Candisani/Redes sociais).

"Esquenta COP 30” - A exposição integra a “Ocupação Esquenta COP 30”, uma iniciativa do Museu do Amanhã que propõe deslocar a conversa sobre clima para o espaço público e democratizar o acesso às urgências do nosso tempo.

“A ocupação é um gesto político que transforma o Museu do Amanhã em uma plataforma de escuta ativa, de fricção entre saberes diversos e de convivência entre ciência, espiritualidade, ancestralidade e arte”, afirma a organização do museu em seu site oficial.

A programação vai até novembro, com seis exposições e dezenas de atividades formativas. As visitas ao Museu do Amanhã podem ser feitas de quinta a terça-feira, das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 40 e as informações estão disponíveis no site oficial, acessível por meio deste link.

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