Henrique transforma Doblò em casa e viaja o Brasil fazendo massagem
Massoterapeuta que roda há 1 ano pelo Brasil estacionou o carro, que também é casa, no Parque das Nações
Formado em Turismo e especialista em massagens, Henrique Rodrigues de Souza, de 31 anos, decidiu transformar em rotina aquele sonho que muita gente tem: conhecer vários lugares do Brasil. Natural de Embu-Guaçu, no interior de São Paulo, ele resolveu desbravar o mundo com a “Doblozinha”, um Fiat Doblò amarelo que virou casa, 'consultório de massoterapia' e companheira de estrada.
A aventura começou depois de um chacoalhão da pandemia. “Aí mudou toda a minha cabeça. Resolvi entrar para a massoterapia, fiz alguns cursos de diferentes técnicas, e nesse meio tempo fui juntando dinheiro para comprar o carro e montá-lo”, conta.
A Doblozinha demorou cerca de um ano e meio para ficar pronta, com direito a toques especiais de amigos de infância.
“O Fofão, o Marcelo lá de Embu-Guaçu, me ajudou na parte hidráulica e no bagageiro; o Kiko, o Francisco, me ajudou na elétrica. Meu pai, o Zé Henrique, o Chiclete, o Edson e o Givaldo, todo mundo colocou um pouquinho da mão e me ajudou a realizar o sonho. Faço questão de falar deles porque me ajudaram muito a alcançar meu objetivo”, agradece.
Depois de pronta, o veículo, que um dia foi uma viatura dos Correios, virou o templo de uma vida sem endereço fixo. Henrique começou testando a van em Monte Verde, Minas Gerais, onde ficou por um mês. Depois seguiu para o litoral norte paulista, passando por Maresias, Camburi e Juqueí, sempre de olho no mar e em parcerias com pousadas.
Recentemente, Henrique desembarcou em Campo Grande, onde estacionou a Doblozinha no Parque das Nações Indígenas. “Estou muito contente aqui. Me sinto super seguro com meu carro, tem bastante natureza. O pessoal fala que é uma cidade grande com alma de interior, e eu amo isso. Também fui ao aquário e é tudo muito lindo. A cidade está de parabéns”, elogia.
Durante a parada, Henrique oferece quatro tipos de massagem: relaxante, indiana abhyanga, reflexologia e quick massage. Para quem prefere trabalhar a energia em vez da pressão, ele também realiza sessões de Reiki. “O Reiki é uma harmonização dos chakras, sem religião, é para quem gosta de energia”, explica.
A massagem é o combustível que mantém a van, e a aventura, na estrada. “Você não pode ter frescura vivendo na estrada. Se não tiver rolando massagem, vou trabalhar de garçom, limpar, arrumar, o que for. Mas, graças a Deus, em um ano que estou na estrada não precisei fazer outra coisa. A massagem me mantém”, conta.
Na quick massage, Henrique monta a cadeira em frente a parques ou em espaços públicos por onde passa, oferecendo sessões rápidas para quem não tem muito tempo. “Essa é a coringa, rapidinha, trabalha pescoço, cabeça, braços. A partir dela, muitos acabam me chamando para as massagens completas”, explica.
A próxima parada do massoterapeuta viajante já está certa: de Campo Grande, ele seguirá para Corumbá. “Quero passar para a Bolívia, subir e ir conhecendo lugares de natureza, como o Lago Titicaca. O Salar eu ainda não sei, pode ser que dê vontade e eu vá. Isso é o mágico na estrada: você traça um norte, mas às vezes chega em um lugar, troca ideia com a galera e daí já muda o plano e vai para outro lado”, conta.
No carro, ele carrega tudo o que precisa. Os bancos dão lugar à cama, enquanto o fundo do veículo se transforma em pia, guarda-roupas e armários, onde guarda as macas de massagem e até uma prancha de surf. Na parte superior, armários adaptados oferecem o espaço que falta para levar tudo o que a vida na estrada exige. Já a barraca vira banheiro.
Enquanto o futuro segue aberto, Henrique celebra cada quilômetro rodado. Em "Eu já vivi na Costa Rica, fui de carona até o Chuí, viajei de ônibus, de avião, mas agora é diferente. A Doblozinha virou meu lar. Quero ir pelo menos até a Costa Rica de novo. Vamos devagarzinho, um pouquinho por vez", finaliza.
Os locais por onde Henrique passa podem ser conferidos no Instagram @massagemsemfronteiras
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