Brasil se une a 3 países para salvar onça e criar corredor ecológico no Pantanal
Plano conecta MS ao Paraná, unindo quatro nações para preservação e combate a incêndios.
Lançado na Semana do Clima de Nova Iorque, o projeto Rios da Onça-Pintada promete criar corredores ecológicos em 2,5 milhões de km² na América do Sul, conectando Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. A estratégia aposta nos rios Paraguai, Paraná, Iguaçu, Pilcomayo e Bermejo como conectores naturais de ecossistemas.
RESUMO
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Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai uniram-se no projeto Rios da Onça-Pintada, lançado na Semana do Clima de Nova Iorque. A iniciativa visa criar corredores ecológicos em 2,5 milhões de km² na América do Sul, utilizando os rios Paraguai, Paraná, Iguaçu, Pilcomayo e Bermejo como conectores naturais. O projeto, conduzido por quatro ONGs, incluindo o Onçafari, conta com investimento inicial de US$ 28 milhões. No Brasil, a área prevista é de 1,2 milhão de km², abrangendo o Pantanal e a Mata Atlântica, onde a onça-pintada está criticamente ameaçada. O plano também visa restaurar habitats de outras espécies e promover o ecoturismo com comunidades locais.
No Brasil, a área prevista é de 1,2 milhão de km², abrangendo o Pantanal e a Mata Atlântica, onde a onça-pintada, símbolo do projeto, está criticamente ameaçada. A iniciativa é conduzida por quatro ONGs, incluindo o Onçafari, responsável pela parte brasileira, segundo publicação da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (24).
Além da preservação da onça, o plano busca restaurar habitats de espécies como ariranhas, antas e cervos-do-pantanal, além de envolver comunidades locais em ações de ecoturismo e conservação.
No Pantanal sul-mato-grossense, a proposta ganha reforço com o Parque Estadual Alagados do Taquari, em Corumbá, que vai receber R$ 120 milhões para a aquisição de cerca de 130 mil hectares. Metade do recurso virá do Onçafari e a outra metade do governo de Mato Grosso do Sul, em uma parceria inédita.
Histórico - Desde 2020, o Onçafari mapeia terrenos estratégicos próximos a outras reservas para formar corredores ecológicos. Com apoio de filantropos, a ONG já incorporou 66 mil hectares como reservas próprias. A ideia é adquirir áreas específicas e manter diálogo com proprietários rurais, garantindo a sustentabilidade do projeto.
No início da semana, a diretora executiva da Onçafari, Patrícia Lobaccaro, havia comentado o assunto ao NeoFeed e destacou que, durante a Semana do Clima, a entidade buscaria novos apoiadores para iniciar uma colaboração com a Tompkins Conservation, responsável pela restauração da biodiversidade na Argentina e no Chile.
Segundo ela, o projeto vai além da compra de terras, visando desenvolver iniciativas pontuais e articular diretamente com governos para garantir a preservação em longo prazo.
Ameaçada - Predador de topo na cadeia alimentar, a onça-pintada ocupa áreas de até 260 km² ao longo da vida, o que evidencia a importância de evitar a fragmentação de ecossistemas.
Mário Haberfeld, fundador do Onçafari, disse em entrevista à Folha que a estratégia inclui a criação de reservas privadas e o uso de “trampolins” de biodiversidade, áreas situadas a cada 150 km que funcionam como pontos de passagem para os animais. Outra frente será o combate a incêndios, especialmente no Pantanal, onde as secas prolongadas têm agravado a devastação.
Para os próximos três anos, a execução do projeto Rios da Onça-Pintada contará com US$ 28 milhões (cerca de R$ 150 milhões) de investimento inicial já garantido por doadores nacionais e estrangeiros, valor que representa um terço do orçamento previsto.
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