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Cidades

Prejuízo com benefícios falsos a paraguaios chega a R$ 720 mil

Grupo emitia registros falsos para obter auxílios sociais a moradores do Paraguai

Por Lucia Morel e Bruna Marques | 11/11/2025 16:15
Prejuízo com benefícios falsos a paraguaios chega a R$ 720 mil
Delegado regional da PF em Mato Grosso do Sul, Marcus Vinicius Zampieri Sellmann. (Foto: Osmar Veiga)

A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul descobriu nas investigações da Operação Falsas Raízes que grupo que fraudava benefícios sociais causou prejuízo estimado de ao menos R$ 720 mil em um ano. A associação criminosa fraudava documentos migratórios para obtenção indevida de benefícios previdenciários e assistenciais brasileiros a cidadãos paraguaios.

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Operação da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul revelou esquema que causou prejuízo de R$ 720 mil aos cofres públicos. O grupo criminoso fraudava documentos migratórios para que paraguaios recebessem indevidamente benefícios sociais brasileiros, como Bolsa Família e BPC. A investigação, iniciada após a prisão de uma paraguaia com documentos falsos, identificou 40 benefícios irregulares. Os fraudadores forjavam comprovantes de residência e chegavam a cadastrar até dez pessoas no mesmo endereço. Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na região de fronteira.

O caso é apurado há um ano, mesmo período em que as apurações começaram, quando uma paraguaia foi presa. Ao todo, 40 benefícios sociais foram concedidos a paraguaios que não moram no Brasil. Eles recebiam pagamentos de Bolsa Família e do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

"É um benefício de aproximadamente R$ 1.500,00. Então, nós partimos do pressuposto de que esses benefícios foram concedidos no mês passado. Aí já teríamos cerca de R$ 60 mil, mas essa não é a realidade. Muitos benefícios foram concedidos muito antes. Há pessoas que estão recebendo esse benefício há seis, sete ou oito meses. Alguns até há um ano", disse o delegado regional da PF em Mato Grosso do Sul, Marcus Vinicius Zampieri Sellmann.

A investigação, conduzida pela Delegacia da Polícia Federal (PF) em Ponta Porã, começou após a prisão em flagrante de uma mulher paraguaia que tentou regularizar a situação migratória com documentos falsos. Sellmann explicou que o golpe envolvia a emissão de Carteiras Nacionais de Registro Migratório com comprovantes de residência forjados.

“Esses estrangeiros obtinham documentos migratórios com declarações falsas de moradia no Brasil. A partir daí, ingressavam com pedidos de benefícios assistenciais junto ao INSS, alegando residência fixa no país. Alguns recebiam por meses e até faziam empréstimos consignados, cujo valor era repassado ao grupo criminoso”, afirmou Sellmann.

De acordo com o delegado, o esquema era articulado por um grupo em Ponta Porã, responsável por “arregimentar” paraguaios e providenciar toda a documentação necessária para fraudar o sistema. Em muitos casos, os contratos de locação e declarações de residência utilizados eram falsos ou vinculados a imóveis pertencentes ao próprio grupo. “Havia situações em que até dez pessoas apresentavam o mesmo endereço como residência”, disse.

Na operação, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão na fronteira. Foram apreendidos celulares, computadores, documentos e cartões bancários com senhas anotadas — indício de que os valores dos benefícios eram movimentados pelos próprios fraudadores.

Ainda conforme Sellmann, parte dos beneficiários acreditava estar agindo de forma legal. “Alguns eram ludibriados com o argumento de que os documentos seriam apenas para fins humanitários, como garantir atendimento no SUS. Outros sabiam que era crime, mas viam a prática como uma forma de renda fácil”, explicou.

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