Audiência discute regularização de 62 favelas em Campo Grande no dia 14
Iniciativa busca garantir moradia digna, serviços básicos e segurança jurídica a quem vive sem infraestrutura

A Câmara Municipal promove no próximo dia 14 de novembro, às 8h, uma audiência pública para discutir a regularização fundiária de 62 favelas de Campo Grande. A proposta é do vereador Landmark Rios (PT), em parceria com a deputada estadual Gleice Jane (PT), e deve reunir representantes do poder público, movimentos sociais, Judiciário e moradores.
RESUMO
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Segundo levantamento da Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, 20 mil famílias vivem hoje em áreas irregulares na Capital. Em 90% dos casos, as moradias são chefiadas por mulheres – muitas mães solo.
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O levantamento inclui 8 aldeias urbanas e comunidades da região do Lagoa e do Anhanduizinho, onde está a Homex, a maior favela do Estado.
O que falta
Sem regularização, falta o básico: água, energia, esgoto e segurança jurídica.
“Favela não é só barraco de lona. É todo lugar onde falta dignidade”, diz Lívia Lopes, presidente da associação.
Ela explica que há ocupações com casas de alvenaria, mas sem infraestrutura mínima.
“O que queremos é moradia digna, escola perto, posto de saúde e transporte. É o mínimo para sobreviver”, reforça.
Depoimentos que pedem urgência
Na comunidade Lagoa Park, o medo aparece até quando chove. “Quando venta, ninguém dorme com medo da casa cair. As crianças entram em pânico. Só queremos segurança e dignidade”, relata Marilza Eleutério, liderança do local.
Ela conta que 215 famílias vivem ali sem água, luz e esgoto. “O que mais precisamos é ter tranquilidade dentro das próprias casas”, diz.
Na Agrovila Campão Orgânico, a falta de energia impacta até o sustento das famílias.
“Alguns usam placa solar, mas nem sempre funciona. Perdemos produção e até animais”, lamenta a agricultora Emília Diniz. A Agrovila também reúne 215 famílias, que vivem da agricultura agroecológica.
“Não é favor”

Para Landmark Rios, regularizar significa garantir direitos. “Essas pessoas não pedem favor. Elas querem reconhecimento. Regularizar é transformar áreas esquecidas em territórios de oportunidade”, afirma.
A deputada Gleice Jane reforça que o debate é sobre cidadania. “São famílias sem endereço, sem água, sem energia e sem segurança jurídica há anos. Precisamos avançar para garantir condições dignas para todos”, defende.

