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Capital

Hospital se cala sobre denúncias de estupro e maus-tratos

Deam investiga abusos cometidos por enfermeiro contra mulher e denúncia de idosa de 82 anos que diz ter apanhado "na cara"

Anahi Zurutuza | 19/02/2021 13:40
Pacientes da ala da covid denunciaram enfermeiros do HRMS (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)
Pacientes da ala da covid denunciaram enfermeiros do HRMS (Foto: Kisie Ainoã/Arquivo)

Nem depois que vítima fez reconhecimento e enfermeiro foi indiciado por estupro de vulnerável, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul se manifestou sobre a denúncia. A instituição informou ainda que não vai comentar a denúncia de maus-tratos contra uma idosa, que também veio à tona neste mês, só depois que paciente de covid-19 denunciou ter sofrido violência sexual durante internação.

O Campo Grande News questionou se o profissional foi ou será afastado da função, mas a instituição, via assessoria de imprensa, enviou resposta padrão, reafirmando que não se manifestará sobre o caso. “Reiteramos que todos os casos de supostas infrações nos diversos campos, administrativo e assistencial, o HRMS pauta-se nos ditames éticos e legais vigentes para tomada de providências”, diz a nota.

A denúncia de estupro chegou à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) há 15 dias. Acometida pela covid-19, a mulher, de 36 anos, revelou que enquanto sofria com falta de ar e mal conseguia falar, o homem usou óleo de girassol para “massageá-la” na região íntima. Os abusos, segundo a vítima, aconteceram durante a madrugada do dia 4 de fevereiro.

Na tarde de ontem, a mulher e dois servidores do HRMS foram chamados à Deam.

A vítima o reconheceu de forma indubitável e precisa, não só pelas características físicas quanto pelo o uso de óculos e pela voz do mesmo, que ao repetir a expressão que diariamente dizia para vítima de forma maliciosa”, afirmou a responsável pela investigação, delegada Maíra Machado.

O homem, de 50 anos, contudo, responderá o inquérito em liberdade, por enquanto. Segundo a delegada, para a conclusão das apurações, ainda falta os resultados de laudos periciais e a coleta dos depoimentos de duas testemunhas.

Em entrevista concedida ao Campo Grande News no dia 11 de fevereiro, a delegacia informou que, até então, o hospital só havia colaborado com a entrega de escala de plantão e que a Deam aguardava o envio de outros documentos solicitados, como o prontuário médico da paciente.

Maus-tratos – Depois que a denúncia de estupro virou notícia, a família de uma idosa, de 82 anos, que passou mais de um mês internadas no HRMS, entre novembro e dezembro do ano passado, também procurou a reportagem. A senhor contou aos parentes que havia apanhado “na cara” de um profissional durante a internação. Boletim de ocorrência foi registrado pela neta da idosa e a Deam também investiga o caso.

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