Homenageando o pai, Almir quer ser melhor pedreiro do país em reality
Foi Francisco Assis dos Santos quem ensinou o ofício ao filho; programa estreia dia 18
Para homenagear o pai, Francisco Assis dos Santos, de 70 anos, o filho, Almir da Silva Santos, de 39, quer ser o melhor pedreiro do país em um reality show. O sonho de mostrar o serviço e incentivar outros colegas de trabalho fez o mestre de obras tentar por dois anos seguidos uma vaga no programa que vai ao ar no próximo sábado (18). Desta vez, ele está entre os 10 participantes selecionados. O ofício foi ensinado pelo pai quando tinha 14 anos.
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Pedreiro campo-grandense disputa reality show nacional em busca do título de melhor profissional do país. Almir da Silva Santos, de 39 anos, foi selecionado entre 60 mil inscritos para participar do programa que terá oito episódios, com início no próximo sábado. O mestre de obras, que aprendeu o ofício com o pai aos 14 anos, busca valorizar a profissão e quebrar preconceitos. Santos compete com outros nove participantes, incluindo duas mulheres, em uma série de desafios práticos que serão exibidos até 13 de dezembro, Dia do Pedreiro.
Ao Lado B ele explicou como vai funcionar o reality e esclareceu algumas polêmicas sobre preguiça e vergonha da profissão.
“Navegando na internet ano passado encontrei uma chamada pro concurso, fiz inscrição, fui até a semifinal mas não atingi a pontuação para ir pra final. Comecei nessa vida com meu pai, e já se foram uns 25 anos nessa caminhada. Esse ano me inscrevi de novo e consegui ir pra final. Estou entre os 10 de quase 60 mil inscritos. Comecei a de fato trabalhar com 18, antes era auxiliar dele”.
Para o pedreiro, estar representando a cidade onde mora desde 1999 é uma forma de mostrar a importância da profissão. Almir veio de São Paulo para Campo Grande junto aos irmãos.
O 1º lugar leva R$ 100 mil e a “colher de ouro”; o 2º, R$ 30 mil; o 3º, R$ 10 mil. Os campeões regionais recebem mais R$ 7 mil.
“Estamos presentes em todos os lugares, nosso papel é importantíssimo nessa sociedade, mas muitas vezes passamos despercebidos. Espero representar bem esses colegas. Também sou mestre de obras e pretendo voltar a fazer a faculdade de engenharia civil. Mas amo ser pedreiro porque não importa em que camada social estamos, o que importa é dar sempre o melhor de nós”.
Vergonha da profissão, pedreiro preguiçoso?
Muitos contratantes alegam que os pedreiros são preguiçosos, para Almir existem vários tipos de profissionais, mas não há preguiça como um todo. Ele também disse que nunca sentiu vergonha da profissão, mesmo na época em que ser um era sinônimo de pobreza.
“Pra mim nunca foi motivo de vergonha, Não acho que somos preguiçosos. Duvido, quem acorda 5h da manhã, muitas das vezes pegam transporte público, encaram uma jornada debaixo de sol de 40°C. Acho que esta visão esta meia equivocada. Estamos vivendo esta valorização do pedreiro devido principalmente ao advento da "internet", e esse tipo de iniciativa vem quebrando esta tipificação social do pedreiro”.
Ao todo são 8 homens e 2 mulheres, dois participantes para cada regiões do Brasil. O programa terá 8 episódios, onde os candidatos colocam a mão na massa e mostram na prática. Encerra dia 13 de Dezembro, no dia do Pedreiro. Foram 15 dias de gravações intensas. Almir explicou que não pode dar detalhes de como são as provas.
"Só de estar entre 10 de mais de 50 mil inscritos é surreal. Da pra lotar o estádio do Corinthians de pedreiro".
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