Pastel de carreteiro é homenagem de Eliza aos motoristas fofoqueiros
A ideia surgiu com carne moída, queijo, bacon e ovo cru, e mais tarde ganhou uma versão com ovo frito
“Faz um café pra gente?”. Foi com essa pergunta simples que Eliza Goya Kohatso resolveu criar um pastel especial para os carreteiros "fofoqueiros" que passavam para descarregar mercadorias na loja dela. No ramo de materiais de construção há 40 anos, ela não deixou mais eles passarem fome na Rua Antônio Rahe, que há alguns anos era quase deserta. Em vez de só servir o café, Eliza decidiu fazer melhor e criou um pastel robusto, que lembrava o almoço. Por um bom tempo ela chamou carinhosamente o local de "ponto da fofoca".
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Pastel de carreteiro vira sucesso entre motoristas em Campo Grande. Criado por Eliza Goya Kohatso, o pastel surgiu da necessidade de alimentar os carreteiros que descarregavam mercadorias em sua loja de materiais de construção. O lanche robusto, com 20 cm e recheio de carne moída, queijo, bacon e ovo, remete ao tradicional arroz carreteiro. Inicialmente oferecido com ovo cru, o pastel ganhou uma versão com ovo frito, a pedido dos clientes. A receita fez sucesso e se tornou a marca registrada da barraca montada por Eliza ao lado da loja. Vendida a R$ 14, a iguaria conquistou os motoristas, que a levam até para outras cidades. A barraca, que começou simples em 2021, expandiu e hoje oferece outros salgados, como kibes, coxinhas e esfihas.
O trocadilho juntava dois mundos, o prato típico do arroz carreteiro e os motoristas de carreta. A ideia veio com carne moída, queijo, bacon e ovo cru, que depois ganhou a versão com ovo frito. O sabor conquistou os carreteiros, que viraram fregueses fiéis do novo ponto de parada antes de seguir viagem. Inclusive, era lá que eles falavam tudo o que ouviam por aí.
A receita foi inventada por Eliza, que queria algo rápido e que desse “sustância”. O pastel virou marca registrada da barraca pequena que ela abriu ao lado da loja. Hoje, ele custa R$14,00 e ainda é o mais pedido. São 20 cm de massa com recheio generoso. A versão com ovo cru promete sabor e ao mesmo tempo suavidade, já a com ovo frito deixa o gosto mais marcante.
“A gente recebia muito caminhão para descarga, fiz em homenagem a eles mesmo. No começo eles achavam que tinha arroz dentro. Fizemos um pastel que sustentasse eles. Esses pastéis chegaram até em Corumbá, porque eles levaram. Eles gostaram muito”.
Ela conta que a barraca, que hoje se expandiu e ganhou telhado e cadeiras, começou em 2021, após a pandemia de covid-19. “Aqui é meio deserto, antes era pior. Foi para agradar mesmo. Teve dias que tinha 10 carretas aqui na frente não tinha nada para comer. Pessoal continua vindo. Eu estou sempre por aqui definindo o que vai fazer ou não, mas minha irmã toca o negócio”.
A ideia da pastelaria demorou mais que o planejado para começar por medo. Eliza comenta que o marido ficou receoso do trabalho que daria, pois eles já tinham um negócio sólido.
“Ser um pastel era para ser prático para eles. Pessoal quer pedir e sair comendo. Eu até demorei pra fazer porque meu marido disse que daria trabalho. Foi bom para os motoristas e até para os nossos funcionários”.
Eliza passou a receita aos funcionários e voltou à frente da loja de materiais de construção. Ela relembra que, quando atuava na barraca, ouvia muitas fofocas, que prefere chamar de informações.
“A gente ficava sabendo tudo o que acontecia lá em Corumbá. Eram uns fofoqueiros, virou cantinho de fofoca dos carreteiros. Eu chamo de saber das informações”. Entre um sorriso e outro, ela conta que sempre gostou de contato com o público e que trabalhou na Feirona quando ela ainda era na Avenida Mato Grosso. “Eu vim da feira, na época a gente vendia verdura com a família”.
Quem cuida da pastelaria é a funcionária Alair Canepa do Carmo. Ela explica que ali quem manda é o cliente e que o pastel é feito e frito na hora. O valor começa a partir de R$10, mas pode ficar mais caro de acordo com os adicionais pedidos.
“Sai muito carreteiro. Tem carne com queijo, queijo, carne, frango com queijo, carne com bacon, pizza, palmito, frango com queijo, calabresa, calabresa com catupiry, carne seca. Tem os adicionais também. A gente faz do jeito que o cliente pedir”.
Além do pastel, o local vende kibe, coxinha, croissant e esfiha. A barraca Pedaço do Pastel funciona de segunda a sexta, das 6h30 às 17h, e aos sábados, das 6h às 12h.
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