Ovelha rejeitada pela mãe foi adotada e hoje vive em apartamento

Rejeitada pela mãe logo após o nascimento, Chanel ganhou um novo lar pouco comum para uma ovelha. Aos 35 dias de vida, ela dorme na cama, toma banho no chuveiro, usa fraldas, coleciona vestidos e acompanha a tutora em passeios por shoppings, parques e até compromissos de trabalho em Campo Grande.

A cena virou conteúdo frequente nas redes sociais. Criado há pouco mais de duas semanas, o perfil da ovelhinha começou a chamar atenção de quem acompanha tudo pela tela do celular. “Eu nunca imaginei que isso fosse dar repercussão”, conta a empresária Milaine Marçal, de 43 anos, tutora da Chanel. “A ideia nunca foi fama. A gente só queria criar ela como um bichinho de estimação.”

Chanel é uma ovelha da raça Santa Inês e foi doada por uma amiga para a família de Milaine, que já tinha uma relação próxima com animais. “A gente monta cavalo, já tem cachorro, gato, sempre fomos apaixonados por bicho. Quando ela chegou, virou um presente de Deus.”

Desde então, a ovelha passou a acompanhar a família em praticamente tudo. Onde Milaine vai, Chanel vai atrás. “Eu chamo ela pelo nome e ela vem. Se fecho a porta do banheiro, ela chora. Onde eu estou, ela quer estar.”

Apesar da rotina urbana, a tutora faz questão de garantir que Chanel também tenha contato com o ambiente natural. Todos os dias, ela passa pelo menos quatro horas em um rancho a cerca de 15 minutos do apartamento onde mora. É lá que a ovelha pasta, corre solta e socializa com outros animais.

Ainda bebê, Chanel consome cerca de um litro e meio de leite por dia, dividido em quatro mamadeiras. O estoque de leite, comprado em caixas, já virou um custo fixo da casa. “Na última compra foram mais de cinco fardos só para ela.” A ovelhinha também se alimenta de milho, fava e o que mais encontra pela frente quando está pastando.

Grande parte do sucesso de Chanel vem do comportamento. Dócil, calma e carinhosa, ela aceita colo, abraços, beijos e o toque de crianças e adultos. “Ela deixa pegar, fica quietinha. Acho que isso encanta muito.” Nos locais onde é permitido circular sem coleira, ela segue a tutora tranquilamente. Em outros, estranha um pouco a restrição. “Ela não gosta muito de coleira, gosta de andar solta.”

O visual também chama atenção, ela tem coleção de roupas feitas sob medida. Uma costureira cuida dos vestidos e acessórios. Nas ruas, a reação vai do estranhamento à curiosidade. “Tem gente que acha que é cachorro, outros chamam de cabra, de bode. Aí explico que é uma ovelha.”

O perfil nas redes sociais surgiu por insistência de desconhecidos. “O pessoal começou a perguntar se ela tinha Instagram. Falavam: ‘cria, cria’. Aí eu criei, sem expectativa nenhuma.”

A maioria dos comentários, segundo a tutora, é de carinho. “Falam que ela é linda, fofa, cheirosa. Que querem ter uma ovelha também.” E, para Milaine, o cuidado principal é garantir que a exposição não ultrapasse os limites do bem-estar. “Eu só levo ela onde sei que é seguro. Ela nunca demonstrou estresse. Quando cansa, dorme. Ela ainda é um bebê.”

A tutora disse que sentiu mudanças desde à chegada da ovelha. “Ela transformou nossa rotina, nossa casa, nossa vida.” Para Milaine, o vínculo é perceptível. “Você sente o amor dela. É impressionante.”

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